A cada
curso que faço saio com a impressão de estar renovado para novas ações, tamanho
é a troca de experiências que ocorre antes, durante e depois do curso. Assim
foi em São Luis no Maranhão. Um Seminário como eles chamaram composto por
homens e mulheres dispostos a aprender e a reaprender, mas, sobretudo de
compartilhar suas experiências, no sentido de buscar o que há de comum no
projeto que estão formatando para o futuro. Além disso, saí com a impressão de
um povo solidário e com muita alegria para compartilhar.
Foi um
curso atípico, pois me permitiu ir além das questões técnicas, me permitindo
falar um pouco de vida e das relações humanas contidas no ato de governar. Não
tenho dúvidas que a maioria dos presentes vieram de fato ao mundo à trabalho e
darão o melhor em busca de resultados com qualidade. A partir desse
contexto resolvi também refletir e dedico o post a seguir àqueles bravos
guerreiros e guerreiras que mesmo morando no Estado com o menor IDH fazem do
limão uma limonada para alimentar suas ideias e ideais.
De forma
quase atrevida, me arrisco a escrever sobre os sentimentos humanos. Em especial
àqueles que podem nos levar ao centro do universo da nossa existência ou a
muito distante dele. Sentimentos esses que experimentamos todos os
dias e em muitos casos passam despercebidos. 
Quero
começar esse post, dizendo que sempre me vejo de forma curiosa a observar as
pessoas que vieram ao mundo a trabalho, que mesmo diante de tantos obstáculos
simplesmente vão fazendo, como se nada fosse capaz de contê-las. Como se o
resultado do que fazem gerassem tamanha satisfação que as fizessem não ter
limites, medos ou falta de crença de não conseguir. Algo onde a superação
constante invade a alma e alimenta a razão de viver.
Por outro
lado, me chama também a atenção as pessoas que vieram ao mundo a passeio ou
ainda aquelas que vieram para atrapalhar quem faz o que essas não conseguem dar
conta e normalmente se desesperam ao verem alguém à sua frente fazendo de forma
tão simples e natural que até parece brincadeira. As primeiras deixam a vida as
levarem e as segundas lutam contra elas mesmas.
Independente
da nossa vontade, todos os dias, seja em que ambiente for, nos deparamos com
essas formas de encarar a vida e de vez em quando também com pessoas do mal.
Alguém que veio ao mundo por engano, com capacidade de destruir sonhos e se
enveredar para sempre num mundo de trevas.
Na busca
de elementos que possam nos dar respostas para essas formas de existência,
dizem os estudiosos que os seres humanos têm a sua disposição cinco
sentimentos, onde a luz e as trevas aguardam as escolhas. São eles: Alegria,
Tristeza, Medo, Raiva e Amor.
Entender
esses sentimentos no sentido de usá-los em nosso favor, acaba se transformando
numa enorme necessidade e porque não dizer num enorme desafio, pois por não
entender e por falta de habilidade em lidar com eles ou alguns deles, algumas
pessoas se enveredam por caminhos que às vezes não tem volta e para essas, para
quem acredita, talvez tenham que nascerem novamente para completarem a missão que
não foram capazes de realizar.
A partir
desse contexto, algumas perguntas ficam no ar: Como buscar o equilíbrio
interior? Como descobrir claramente qual a nossa missão na vida? Como respeitar
o limite das pessoas para que não cobremos delas o que não são capazes ou ainda
não estão prontas para executar? O que fazer para adquirirmos a confiança
suficiente capaz de nos conduzir aos resultados com qualidade que queremos?
Como estimular as pessoas para que elas usem o que possuem de melhor?
Para
muitas pessoas é bem provável que passem a vida e não tenham respostas precisas
para algumas dessas perguntas, que em muitos casos acontecem por mero descuido
ou ainda por não saberem assimilar momentos e mudanças cíclicas. Porém, se
aprendermos a moldar o nosso projeto de vida com o tempo e com a sabedoria que
só ele e as experiências não dão, é bem capaz de chegarmos a um momento onde
cada sentimento experimentado poderá nos oferecer lições fundamentais e podemos
não atingir a perfeição, mas com certeza errarmos muito menos.
Com as
lições que a vida nos oferece aprende-se também que, assim como não podemos
cobrar das pessoas o que essas não estejam preparadas para nos oferecer, pois
cada um ou uma tem seu tempo e isso emana a tarefa fantástica de ajudá-las
nessa descoberta, se faz necessário que cada um nós entenda nossos limites,
tanto em termos racionais, como principalmente no lidar com corpo e alma. Esse
equilíbrio poderia ser descrito como um verdadeiro ato de sabedoria. 
É
necessário absorver o bem como se fosse à brisa do mar, que em sua imensidão
nos faz refletir, assim como descartar o que nos faz mal como a
catarse que necessitamos para uma vida melhor, porém isso tem que ser
complementado com o ato de perdoar, entendendo o perdão não como a necessidade
de consertar o que já se quebrou, mas como algo simples que tenha como objetivo
principal criar espaços no coração e mente para novas emoções que nos façam bem.
Uma coisa
é certa: quem veio ao mundo a passeio com certeza não perceberá que a vida
passa tão rápida e de repente já passou, porém, quem veio ao mundo a trabalho,
com o livre propósito de servir, encontrará em cada momento e cada sentimento a
razão de sua existência e a inspiração suficiente para dizer: valeu e valerá.
Sábios
serão aqueles que buscam nas experiências de vida e nas relações com pessoas do
bem, referenciais para ampliar o que é bom e não cair na tentação de repetir o
que lhe fez e faz sofrer.
Que o
curso de São Luís possa ter deixado na vida de cada um e de cada uma dos
participantes, alimento para o espírito empreendedor e fraterno que todos e
todas demonstraram ter e possam a partir daí compartilhar com as demais pessoas
que encontrarão daqui para frente. 
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador
em Gestão Pública e Social
 










