Aos
nossos olhos, um assunto como esse nada tem a ver uma coisa com a outra, porém
para a velha mídia, para os membros do Partido da Imprensa Golpista (PIG), para
aquela mídia que pertence a seis famílias abastadas, caso o Governador de São
Paulo fosse do Partido dos Trabalhadores, teria sim, tudo a ver.
Simplesmente
iriam dizer na CBN, na TV Globo e Bandeirantes, em seus jornalecos direitosos e
em suas revistas apócrifas, que o PT teria boicotado a chuva, através de um
pacto com São Pedro e não tinha construído ao longo de vinte anos, nenhuma
alternativa que assegurasse água para a população. Portanto seriam os únicos
responsáveis. Como quem está no poder paulista há vinte anos é o PSDB, seus
eternos candidatos, nada dizem ou se dizem, minimizam o máximo que puderem.
O
cenário é o seguinte: Chega a ser profundamente lamentável observar como uma
parcela da população brasileira é reacionária, direitosa, racista, homofóbica,
machista e, sobretudo, a mentora intelectual do separatismo entre ricos e
pobres.
Fica na
verdade putíssima (desculpem o termo chulo), com as cotas raciais e de renda;
com o trabalho com carteira assinada; com o valor do Salário Mínimo; com as
casas do Minha Casa Minha Vida para os de baixa renda, que nesse caso, além da
insatisfação em ver os pobres tendo suas casas próprias, várias empreiteiras
ainda buscam pessoas pobres e impõem trabalho escravo; com o controle da
economia; com tantas Escolas Técnicas e Universidades sendo construídas, com os
Médicos do Programa Mais Médicos; com o fato do Brasil não depender dos EUA e
do FMI e tantas outras coisas afirmativas e inclusivas, porém, o que eles ficam
mais possessos é com o fato do PT estar no comando da Nação por três governos.
Dizem
eles: “Como um Partido com origem na classe trabalhadora, onde seu primeiro e
segundo Presidentes foi um trabalhador semianalfabeto e uma mulher como a
primeira Presidenta do País, governa, está bem avaliado, apesar dos urubus e
com chance de ficar mais 12 anos no controle”? Sim, porque depois de Dilma vem
Lula de novo. Isso faz com que os reacionários, a elite racista e os raivosos
de plantão, percam o sono e principalmente até o rumo de casa.
No fundo
a birra deles é que o Brasil de hoje não se curva ao deus mercado e sim cria
regras de convivência, privilegiando os trabalhadores.
Para quem precisa que se desenhem as coisas, vamos a alguns conceitos:
Reacionário: Que ou aquele que defende princípios ultraconservadores, contrários à evolução política, ou social. (Dicionário Aurélio)
Direitoso: Termo
que se origina na concepção da Revolução Francesa, que nas assembleias, durante
o debate sobre a Constituição, os deputados
ligados à aristocracia e aos defensores da monarquia constitucional, bem como
os membros da alta burguesia, sentavam-se à direita do plenário. Esse grupo
ficou conhecido na França como os girondinos, em decorrência de serem provenientes
principalmente da província de Gironda. Os girondinos, ou a Direita,
defendiam que o processo revolucionário fosse interrompido, garantindo apenas
as conquistas alcançadas até o momento, como a elaboração de uma Constituição e
o voto censitário, destinado apenas aos ricos. O objetivo principal era
consolidar as conquistas burguesas e evitar a radicalização da revolução.
Paulo Henrique Amorim, em seu
site Conversa Afiada, escreveu um belíssimo texto denominado: Perfil de um
reacionário. Você conhece algum? (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/03/23/perfil-de-um-reacionario-voce-conhece-algum/).
O texto começa com a seguinte
citação: “O reacionário é, antes de tudo,
um fraco. Um fraco que conserva ideias como quem coleciona tampinhas de
refrigerante ou maços de cigarro – tudo o que consegue juntar, mas
só têm utilidade para ele. Nasce e cresce em extremos: ou da falta de atenção
ou do excesso de cuidados. E vive com a certeza de que o mundo fora da bolha
onde lacrou seu refúgio é um mundo de perigos, pronto para tirar dele o que
acumulou em suposta dignidade”.
Voltando
ao futebol, acredito que o time do Brasil perdeu para ele mesmo, tanto pela
teoria burocrata de seu técnico, pela falta de um goleador aguerrido e também
pela pressão psicológica da mídia conservadora, que antes da seleção queria
mesmo era que a Copa fosse um fracasso para jogar nas costas da Presidenta
Dilma e com isso tentar virar o jogo das eleições.
Sobre a falta d´água do Sistema Cantareira, fica evidente
que o PSDB, nas figuras de Covas, Serra e principalmente Alckmin, se preocupou
apenas em propagandas para vender o “nada” e se esqueceram do óbvio que era
criar uma alternativa para evitar esse vexame em cima da hora. Não quero nem
falar nos 12 bilhões de reais de propinas, já estimados no escândalo do
propinoduto do metrô e dos trens paulistas, que só foi descoberto devido à
denúncia da Siemens.
Na verdade, a maioria da sociedade brasileira vive um
grande conflito. Por um lado acha injusto o voto obrigatório, que também acho,
votando em pretensos representantes, sem ao menos conhecê-los, por falta de
participação e por outro fica refém da mídia das seis famílias, que representa o
quarto poder, vendendo a imagem de que todo político é ladrão e política é uma
coisa ruim, com o claro intuito de afastar a população do mundo da política,
voltando para aquela alusão antiga de que política, religião nem futebol se
discutem.
Enquanto o povo não descobrir que começo, meio e fim das
questões políticas está em suas mãos, onde a participação ativa nas decisões
políticas, que é um direito, poderia limpar do mundo do poder, tanto aqueles
que usam o povo para se auto beneficiarem, como principalmente aqueles que
tratam a população como “garrafinhas” a serem negociadas no processo eleitoral.
Garrafinhas do Brasil uni-vos. Quem nos trata como “garrafinhas”
não nos representam.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada
em Gestão Pública da Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro1608@gmail.com
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