Depois de um tempo em plenos rios da vida senti
necessidade de voltar e escrever uma breve análise do comportamento do povo
frente à dura realidade do país. Algo que para quem luta por uma causa há anos,
seria inimaginável pensar numa situação como essa. Quem dirá vivê-la. Um estado
crítico de calamidade humana nunca vista, além dos ataques a setores
específicos da sociedade e o país em namoro com o fascismo. Um verdadeiro filme
de terror.
É
evidente que o tal “mito” não foi eleito por acaso. Ele é uma criação do
próprio sistema em contraposição aos governos do PT e também nasceu e cresceu
como o “novo”, num processo de ocupação do vazio deixado pela esquerda
brasileira nos últimos anos, que parte achava que tinha conquistado o poder e
com isso deixou um enorme vazio para que a direita o usasse da forma que
quisesse, até mesmo criando a ultradireita ou a extrema direita, que não havia
de forma organizada até então, como existe hoje de forma explícita.
A
vitória dessa trupe que Desgoverna o país nos mostra de forma clara o que é a alienação,
as artimanhas do sistema e o quanto o povo sem clareza política está entregue
aos manipuladores de plantão que transformam, seja através do comercio da fé ou
do ódio, quem os seguem, num bando de ovelhinhas adestradas a seguir seus
pseudos líderes ladeira abaixo.
Além
disso, nos mostra também o quanto estamos longe dos nossos sonhos, a enorme
tarefa que temos pela frente, o precário nível de politização do povo brasileiro,
além do processo de desvalorização humana, onde o ter se sobrepõe ao ser. A meritocracia
e a teologia da prosperidade dão o tom, em detrimento ao direito de igualdade de
oportunidades e a teologia da libertação. Algo tão seletivo que acaba excluindo
a extrema maioria da população.
Um
povo que não reage e muito menos age para proteger seus direitos está entregue
ao abate. Continuam fazendo cara de paisagem como se nada de grave tivesse
acontecendo. Enquanto isso a geração do “pato amarelo” continua a festejar o
próprio enterro, mas o importante para esse setor é que derrotaram o PT. Estão
sofrendo com prazer.
Porque
isso ocorre? Cadê a indignação? O que estão esperando que aconteça? A criação
de um campo de extermínio em massa?
Falta
muito pouco para isso. Destruíram mais de cem anos de história e de conquistas.
Precarizaram as políticas públicas e delapidaram os direitos trabalhistas, de
aposentadoria e os direitos sociais. Queimaram livros. Demonizaram Paulo Freire,
perseguiram professores e funcionários públicos, mataram índios e invadiram
suas terras e nada acontece. Em nome das religiões ufanistas, do falso pudor e
do mentiroso combate à corrupção estão levando o país à falência, à
subserviência aos EUA e ao fundo do poço.
O
que fazer diante de tudo isso? As eleições municipais próximas é um caminho?
Até certo ponto sim, pois tudo ocorre nos municípios. Mudar os governantes e
legisladores que comungam com os ideais do golpe, ou ainda quem nada fez contra
a tudo isso é uma urgente necessidade, mas ainda é muito pouco diante da atual situação.
É fundamental eleger pessoas comprometidas com os projetos populares a
participativos e com as mudanças necessárias que o momento exige, além de
organizarem seus mandatos através de Fóruns Participativos e Conselhos
Deliberativos de Mandatos.
É
importante ressaltar que a luta permanente não é contra fulano ou beltrano
aliado ao sistema, porque isso não é novidade e sim contra o fascismo que
acabou de chegar e invadiu os lares brasileiros dividindo as famílias, além de
degolarem a democracia e por em risco a soberania nacional. Uma coisa é certa. Ou
o povo de bem luta pelos seus direitos ou não terão história para contar aos
seus filhos e netos, além de terem que prestar contas para o futuro.
Quem
tem como missão lutar por justiça, liberdade, democracia e tantas outras pautas,
mesmo em plenas trevas nunca esmorece, pois sabe que em algum canto desse país
há alguém com os mesmos ideais e esse encontro vai alimentando nossos sonhos e
as nossas utopias e seguimos de mãos dadas em busca da vitória. A luta
continua!
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
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