Vivemos
um momento na história de muita tristeza e introspecção, com alterações significativas
em nossos comportamentos pessoais e a incerteza do que nos espera no amanhã. O encontro
com o doce mundo da Cultura vem de leve e nos encorajam a seguir em frente aonde
nossos pensamentos nos levar.
O lançamento
do Setorial de Cultura do Partido dos Trabalhadores de São Berardo do Campo, que
tive a honra de ser convidado a compor, representou um momento épico, daqueles
que temos que guardar num cantinho do peito, mas entendendo os grandes desafios à frente...
Diante
de artistas consagrados, poetas e gente vivida no universo da cultura, tenho
muito pouco a acrescentar, mas muito a viver e aprender. Meu universo cultural
veio de uma vivência à procura de músicos e compositores pelo ABC, alguns anos
de teatro amador, canto no Coral Municipal da cidade, alguns anos de escrita e
um namoro recente com a prosa, que tomara que dê casamento.
A
Cultura pede passagem nesse momento para dizer que ela é, em muitos casos, uma
expressão individual, porém em busca de uma identidade coletiva e de ser movimento
social, pois cria, renova, revoluciona e principalmente reacende a chama em
suas diversas formas de expressão. O que se busca como movimento é uma
Cidadania Cultural, peitando todos os impasses para a criação de uma Cultura
Política de igualdade e com igualdades.
Nenhuma
expressão cultural acontece sem plateia, que é parte integrante e essencial
para sua existência e essa simbiose só ocorre quando um movimento cultural se
faz mais forte que alguns governantes da hora, onde a cultura em pauta é o
escambo de almas em busca da permanência no poder.
No
campo particular, todas as vezes que me chamam de poeta eu me assusto, pois
isso me traz uma responsabilidade muito forte, sabendo que as pessoas embarcam
nas nossas emoções, ditas em versos e prosas, em gestos e em suaves expressões.
O artista, poeta e poetisa estão para um povo desprovido de momentos de beleza, como uma
divindade que leva o povo a sonhar.
Diante
de uma sociedade preconceituosa com as pessoas de mais idade, que as segregam
num puxadinho do mundo, ainda bem que a Cultura não tem idade para exercê-la,
muito menos para nascer, que o diga Cora Coralina. Nasce de uma composição de
dom, criação, exercício para que se movimente e oportunidade para acontecer. A
cultura é vida em movimento que gira em torno de suas emoções.
A
proposta é dançarmos os diversos sons, gingarmos ao som da capoeira, cantarmos
e interpretarmos a vida através das escritas recitadas em versos e compormos e
sentirmos os momentos de pura beleza, que afugentem a solidão e deem asas às
nossas imaginações que voam pela imensidão em busca de par.
Que
a cultura popular viva e sobreviva, como expressão e movimento e como porta de entrada para os diversos
caminhos que se abrem como Resistência, nos fortalecendo na luta contínua por uma
sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas.
Salve
Mamberti. Um artista. Um ser político e alguém que tive o prazer de me
encontrar em alguns momentos na Fundação Perseu Abramo. A ele que se fará sempre
presente, minhas homenagens e boas lembranças com seu ar sempre de alegria.
Salve
a Cultura. Salve companheiros e companheiras em luta, em celebração e em
momentos onde possamos alegrar corações alheios que ainda acreditam no amor e no
amar...
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Uma homenagem linda a um amigo e mestre. Mais que isso, uma homenagem ao saber cultural por ele representado
ResponderExcluirExcelente texto, descreve a cultura como expressão de nossas vivências e caminhadas neste plano terreste.
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