É verdade que existe
no Brasil uma verdadeira overdose de partidos políticos. São 31 no total, onde
a maioria deles são apenas legendas para negócios eleitorais. Normalmente com
donos que compram e vendem partidos como se fossem mercadorias numa prateleira.
Apenas poucos partidos mantém o rito de seguirem uma linha ideológica.
Por outro lado,
quando não existem partidos é porque o país vive uma ditadura, como já vimos no
passado. Aliás o Brasil teve em sua história várias ditaduras e golpes. Em
regras gerais, a democracia representativa é ou seria feita para que o sistema
eleitoral sobreviva, apesar de viver na UTI pelo descaso e pela falta de
politização da população.
No âmbito do
processo eleitoral há uma prática intencional, que a meu ver destrói o mundo da
política e acaba intervindo diariamente nas decisões mais sérias para todos os
setores da sociedade, onde quem perde mais e se torna enganado é justamente quem
diz odiar a política e os políticos. Trabalhadores votando no patrão. Ou seja,
odeiam algo que nem mesmo sabem caracterizar o que seja por pura ignorância política.
Ignora-se totalmente
o legislativo, que é quem faz as leis. Uma prática construída pelo sistema e pela
imprensa golpista pregando a desinformação que todos e todas roubam, por isso
se vota em qualquer um e uma. Vota-se pela boniteza, porque o pastor mandou,
porque fez muitas coisas no passado, enfim, vota-se pelo rótulo e não pelo
conteúdo, que seria ver de que lado essa pessoa existe e que projeto ela defende
que possa melhorar a qualidade de vida da população, principalmente a que mais
precisa.
O que vemos no
momento é o retrato fiel desse processo. Um Congresso composto em sua maioria por
pessoas ricas, grandes empresários, pastores, militares e até pessoas com
passagens pela polícia. Um desastre para a mediação da pobreza e dos conflitos.
Como resultados
recentes vimos um golpe militar sangrento que durou 21 anos, Dilma sofrer um
golpe articulado por seu vice, Lula ser preso para não ganhar a eleição e um
genocida escroto ser eleito, que matou muita gente por descaso. O que estava
por trás dessa história? Entre tantas maldades como exterminar os índios e
outras, uma reforma trabalhista que tirou praticamente todos os direitos da
classe trabalhadora.
Não é atoa que
essa galera do mal implantou as escolas militarizadas, sem partido e de quebra
votaram para tirar as matérias que fazem o povo pensar. É na escuridão da
ignorância política que o fascismo nasce, cresce e toma o juízo de quem não
ler.
Qual o remédio
para esse mal? Leitura constante, participação política e formação. São
ingredientes simples que entram pela mente e vai direto ao coração para os
enfrentamentos necessários na construção de um outro mundo e outro tipo de
vida.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
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