Os
seguidores do Sr. Joaquim devem estar se perguntando: E agora o que fazer sem o
nosso sanguinário justiceiro de plantão? Quem vai combater o mal dos nossos
inimigos? O que vamos noticiar agora nos veículos do PIG? Qual será a próxima
paródia a ser usada pelos candidatos que prometem fazer mais e melhor, mas
nunca fizeram? Quem vai fritar os políticos nossos inimigos e quem vai defender
nossos aliados?
Eu
jamais em tempo algum imaginava que o tão poderoso Supremo Tribunal Federal
chegasse a uma situação dessas. Alguém que se diz dono da verdade, a partir da sua
ira pessoal, atropela a justiça, cria fundamentação fantasiosa e coloca em
xeque o trabalho da casa e o respeito de seus pares. Tudo isso em nome do poder
econômico e político conservador que o elegeu como seu homem de confiança.
É
inacreditável que em nome de uma lei alterada, o mesmo delito, segundo vossa senhoria,
só sirva para um partido e para os demais todas as possíveis brechas da lei. Os
possíveis desvios de conduta não pesam de forma igual e muito menos tem o mesmo
tratamento. Para os amigos as brechas da lei e para os inimigos a prisão. Assim
foi no caso Azeredo do PSDB, do DEM de Brasília e do PT. Não estamos falando de
“Caixa Dois” e sim de desvios de verbas públicas, tanto no caso do Azeredo como
principalmente do DEM de Brasília, no entanto só quem foi preso foram
representantes do PT. Uma nítida demonstração de vingança e não de justiça.
Em
regras gerais, a AP 470 é uma aberração, pois cria um elemento novo para
denominar o que já existe desde que o processo eleitoral começou na vida
política do país. O chamado “Caixa Dois” corre solto país afora. Como fazer uma
campanha de um candidato, deixa-lo bonito na fita, criar argumentos
convencíveis e ainda ter espaço em rádio, jornal e TVs, sem falarmos em alguns
milhões? De onde vem essa verba?
Há
na verdade uma inversão de valores. A maioria da população, que aprendeu que
política não se discute, também incorporou a ideia de que não há necessidade de
participar, pois se vota em alguém que em tese lhe representa. Isso faz com que
não se conheça em quem está votando e tampouco se sabe o que essa pessoa está
fazendo em seu nome. Assim, a maioria vota por obrigação e enxerga todos os
políticos como ladrões e a política como uma coisa ruim, pois é isso que a
velha mídia fala, escrevem e determinam. Uma grande contradição no processo de
democracia.
Outro
fato gravíssimo passa quase que despercebido diante dos olhos da população e principalmente
longe dos holofotes do PIG. Estou me referindo ao papel das empresas no
processo de corrupção. Alguém já ouviu falar que as empresas sejam culpadas
pela corrupção no país? Algum órgão de comunicação já anunciou algo parecido?
Tenho certeza que não.
O Ministro
Chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, afirmou há tempos atrás, que
não há corrupção sem corruptor e, portanto não haveria corrupção, ou pelo menos
diminuiria e muito, caso as empresas não aceitasse a chantagem da propina do
dez por cento. Além disso, enquanto a corrupção visível no país gira em torno
de 85 bilhões de reais ao ano, a sonegação é pelo menos quatro vezes mais. No
entanto as empresas nem aparecem no noticiário, apenas quem recebeu a propina.
Esse
cidadão que hoje se foi, na verdade queria ser um candidato sem partido, uma
espécie de golpe institucional, mas como seu teto é de vidro bem fininho, sua
vida começou a ser exposta em alguns veículos de comunicação e logo trataram de
tirá-lo da pauta.
Com
certeza levará algum tempo para o STF voltar a ter a credibilidade que tinha,
assim como levará outro tanto para que a direita raivosa, o PIG e os
extremistas encontrem outro aliado tão fiel.
Já
vai tarde Vossa Excelência! Vá viver com sua aposentadoria milionária e
participar da vida política direitosa defendendo seus aliados.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada
em Gestão Pública da Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro1608@gmail.com
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