De
vez enquanto eu necessito fazer algumas viagens mentais pelo interior da minha
existência. Como uma longa caminhada pelas veredas da vida. Uma forma de eu ir
ajustando contas com a minha consciência, fazendo um balanço das minhas ações e
pensamentos e trabalhando a realidade existente, com a preocupação de não perder
o foco das necessidades eminentes e principalmente imaginar o que serei no
futuro e com quem poderei contar.
Ontem
fiz algo inédito para o meu dia a dia. Junto com outras pessoas, fizemos uma
trilha de três horas e meia por mata fechada e em pleno contato com a natureza.
Procurei falar pouco durante o percurso, pois o que eu queria mesmo era
saborear o cheiro de mato verde e das folhas secas que pisávamos ao percorrer a
trilha. Além disso, queria refletir sobre a vida, sobre a minha existência e
sobre tantas coisas que estou vivenciando. O que é real ou fantasia. O que conseguirei
fazer em termos de oficio sem por minha dignidade em jogo. Enfim... Muitas
coisas... O bom é saber que nada acontece por acaso.
Cada
obstáculo que ia encontrado pelo caminho era como se fosse algo dentro de mim
que tenho que criar, recriar ou enfrentar diante de tantas decisões a tomar e
poder em breve saborear o que plantei e que vou colhendo lentamente em dias de
sol de muita luz ou mesmo em dias de tempestades. Cada detalhe da mata e seus
segredos vinham como uma nova possibilidade. Como algo novo. Como um encontro
com a natureza e com sua resistência em sobreviver.
Essas
inquietudes cotidianas me levam a alguns pensamentos: Quem de fato somos? O que
há dentro de nós que vale a pena ser duplicado? O que precisamos mudar para nos
aproximar do que sonhamos? Qual será o próximo capítulo da nossa vida a ser
escrito para a nossa história? Quem fará parte dela? Que caminhos trilharmos
para que a viagem continue sendo prazerosa?
Em
busca de respostas chego à conclusão de que vivemos de momentos. Somos
momentos. Vivemos tentando entender o próximo passo, como uma busca constante e
também buscando entender o que cada pessoa que se aproxima de nós busca de fato
ou o que buscamos junto com elas ao ser permitido como uma ação compartilhada. Vivemos
em pleno diálogo com os outros “eu” que habitam dentro de nós, em busca do equilíbrio
e procurando entender e mediar as reações de cada um deles em seus diversos
momentos.
Em
resumo, somos o que somos. Somos a extensão dos nossos pensamentos. Somos o que
plantamos. Somos o resultado das nossas escolhas. Somos vida nova para muita
gente e apenas lembranças para outras. Somos luzes no caminho de algumas
pessoas e o pensamento vivo que pulsa em alguém que nos adota como uma flor que
nasce em seu coração. Assim é a vida. Requer antes de tudo uma profunda
observação para entendermos as nossas reações.
Hoje
não tenho dúvidas que vir ao mundo para servir é uma grande prova de amor. Algo
épico que se materializa nas pequenas ações que vamos realizando, que de alguma
forma enfrente o caos, sirva de alento para o momento que passamos, além de
trabalhar a esperança como elemento vivo de um mundo utópico onde não haja
exploradores e nem explorados.
Assim
caminhamos. Ocupando terrenos não habitados, plantando junto com sonhadores e
sonhadoras, sonhos que nos servem como alimentos e nos alimentando do que as pessoas
céticas chamam de “doces ilusões”, mas para nós, sonhadoras e sonhadores, é a
prova viva das nossas existências.
Que
consigamos vencer as tempestades internas que habitam em nós e possamos juntos
e juntas apreciarmos o arco íris que por certo virá dar o ar da graça quando a
tempestade passar e chegarmos à “terra prometida”.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Olá, sou o Thales.
ResponderExcluirAcredito que viemos ao mundo para amar, e servir como no seu post, servir na minha opinião seria fazer a outra pessoa sentir amor também. Quando conseguimos fazer com que a outra pessoa consiga enxergar, este sentimento, nosso coração se enche de alegria,pois estamos cumprindo com o nosso objetivo de vida.
Olá Thales. Que bom encontro. Que boa conversa e que bom te conhecer.
ExcluirTambém acho que a missão humana se baseia no amor. As nossas lutas no enfrentamento às diversas crises que vivemos tem como eixo principal o amor que temos pelas causas e pelas pessoas. Porém amar alguém e ser compreendido é a parte mais nobre do ato de amar. Obrigado pela leitura e obrigado pelo comentário. Esteja convidado a escrever também no blog. Grande abraço.
Eu me contentaria em fazer alguém ver que o ódio que ela sente não ajuda em nada. Nem só objeto do ódio, nem a ela mesma, já que o objeto pode ser igual ou semelhante a ela mesma
ResponderExcluirOlá Rita. Você tem toda razão. O ódio é a negação do amor, além de ser uma doença a partir da inveja e de tantas outras doenças humana. O mundo precisa se reinventar.
ResponderExcluirEnquanto isso não ocorre, nós sonhadores e sonhadoras vamos lutando tanto internamente como junto com outros e outras que adotam as causas humanas e sociais como missão de vida. Grande abraço.
Toni querido,
ResponderExcluirExcelente texto buscando reflexões sobre nossa existência.
Parabéns!!
Gratíssimo!
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