Para um bom entendimento tecnopolítico, que possibilite uma
análise mais criteriosa do momento político e social, assim como para a criação
de estratégias para possíveis enfrentamentos, se faz necessário saber fazer uma boa Avaliação de
Conjuntura. Além disso, uma pesquisa científica e um bom diagnóstico local poderão
ser essenciais para a tomada de decisões mais próximas da realidade.
Temos o mundo nas redes, mas pouco, sabemos utilizá-las como
instrumentos de informação e de preparação organizada para os enfrentamentos das lutas do dia a dia. Vivemos
conectados dia e noite, mas em grande parte só nas relações pessoais, Como se vivêssemos
num mundo paralelo. Falta buscarmos nas redes seu papel político de trabalho integrado
em rede que a direita sabe utilizar tão bem.
Enquanto vida em grupo online, as redes prestam um grande
serviço, embora repetitivo, pois se é verdade que apenas mandar notícias pode
não levar a nenhuma situação prática que intervenha diretamente no processo político
atual, por outro, é um ato de militância política informar o que está ocorrendo
em primeira mão, além que diante da pandemia, em pleno crescimento, não dá para
sairmos às ruas a qualquer hora, achando que vamos consertar o caos que vivemos
ou ainda festejarmos o que vier pela frente, pois numa dessa a pandemia pode nos
levar para onde não queremos ir tão cedo, ou ainda levarmos o vírus a tira colo
para outras pessoas, o que é muito mais grave.
Entender o cenário atual não é para amador@s. É uma luta diária
contra um sistema excludente que existe para apenas um terço da população. Outro
terço imita quem tem e serve de manutenção ao primeiro e o outro terço nada
tem. Além disso, há uma guerra política, de todas as matrizes ideológicas, pela
disputa de pequenos poderes em nome da população. Uma parte da esquerda de caso
com a direita. Uma baleia golpista no caminho, um monte de golpistas usando a fé,
como mercado de trocas e assim caminhamos rumo a 2022.
Escrevendo isso me lembrei de algo que falei a um
“capataz” enlouquecido na Prefeitura de Hortolândia, que se achava em pleno
poder delegado e que tinha se revelado o monstro que era ao lidar com as
pessoas que trabalhavam no setor. Chamei a criatura e disse: “Para você pensar em casa: O poder é como um
saquinho de algodão doce colorido. Logo acabará sua festa”. Seis meses
depois ele me procura, quase chorando, e me diz que tinha entendido o meu
recado, pois estava sem poder algum e sem o “canto da sereia” que o deixara
inebriado. Como dizia Carlos Matus “O teu poder é emprestado pelo povo”.
O que podemos fazer? Aprofundarmos o conhecimento político
é um caminho. Organizarmos Fóruns Populares Participativos é outro, além de
lutarmos por transparência nos espaços políticos que participamos, inclusive nas
instituições, organismos e nos partidos e suas tendências, onde apenas quem comanda
sabe do que acontece e nos passa somente o que podemos saber. Defendo a ideia
que compor junto significa: avaliar, discutir, planejar e construir os
referenciais de enfrentamento juntos e juntas, pois o que foi combinado nunca
foi caro, mas o que não é, tem um preço impagável pelo resto da vida.
É inegável que estamos no caos de ladeira abaixo em alta
velocidade. A dúvida é como resistir de forma organizada, com pessoas que
saibam o que estão fazendo e não mudarão de lado ou abandonarão a luta em troca
de um cargo.
Creio que a construção de um projeto de organização
popular com seus organismos e a formação política continuada voltada a que
sociedade temos e a que sociedade queremos, seja um dos caminhos mais viáveis, assim
como planejarmos ações que promovam a cidadania, intervenha nos bolsões de
miséria e esteja na ala de frente contra todo tipo de discriminação e desigualdade,
seja o ponto central para caminharmos rumo ao sonho de uma nova sociedade. Um
projeto a várias mãos nutrido pelas nossas utopias e mantido pelos sonhos de
pessoas que vieram ao mundo para servir.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
estou tão desanimada que nem consigo comentar decentemente seu post
ResponderExcluirOlá minha amiga Rita. De fato vivemos momentos muito complexo, com uma sociedade em crise permanente de identidade, um vírus em compasso de crescimento e muito a se pensar e agir, porém erga a cabeça. Olhe em frente e acredite que tudo passa e no seu grande potencial. Grande abraço
ExcluirParabéns pela iniciativa! Tão ou mais importante que uma boa Avaliação de Conjuntura é a elaboração de um bom Diagnóstico, pois sem esse não há como ter aquela.
ResponderExcluirExatamente! Precisamos nos movimentar.
ResponderExcluirGrato pela leitura e pelo comentario.