Figura: waltercharges.blogspot.com
A aliança entre Eduardo Campos e Marina
Silva, que envolverão também outros partidos de direita e até de extrema
direita, nas próximas eleições, expõe o ódio ao PT e aos setores progressistas
da sociedade. Em nome do fim da era PT, como também afirmou Serra, todos
estarão juntos tentando esconder que serão aliados daquele modelo de país que
defendia a ALCA, que vendeu todo patrimônio nacional e buscava constantemente
junto ao FMI.
O que querem Marina, que se considera a
pureza em termos políticos e a única defensora das questões ambientais e
Eduardo Campos, que simplesmente traiu suas origens e levou o PSB, antigo
aliado do PT e do governo federal, aos porões da disputa “baixa”, onde só o
poder interessa? Tenho claro uma coisa: lutar por um país soberano, livre do
FMI e das amarras americanas não é, pois se fosse apoiariam o governo federal e
a virtual reeleição da Presidenta Dilma Rouself.
Querem um mercado forte e um Estado
fraco, principalmente para que seus parceiros financeiros e de futura campanha
ganhem muito dinheiro, além da volta de inúmeras mazelas, disfarçadas em
desenvolvimento que o Brasil se libertou.
Essa parceria neoliberal,
verde-floresta, mas amarela-tucana se completará quando também fizer adesão um
dos maiores traidores da esquerda brasileira: Roberto Freire, que infelizmente
é meu conterrâneo, mas estamos a anos luz um do outro em termos do que queremos
para o Brasil e nossos compromissos frente às mudanças inclusivas necessárias,
que mudarão a cara da país.
Sabe quem serão os maiores aliados
dessa aliança? O PIG – Partido da Imprensa Golpista, representado por Folha de
São Paulo, Estadão, Globo, CBN, Revista Veja, Revista Época e tantas outras,
pois afinal essa turma que quer derrotar o PT, não defende o controle dessa
mídia que se constituiu o quarto poder, através de conselhos participativos e
deliberativos em todas as esferas. Querem a hegemonia absoluta, para
disseminarem as ideias dos seus proprietários, que gostam do “mercado livre” e
não de um Estado forte cuidando do social.
Qual a ação que deve ser desenvolvida
para neutralizar essa armadilha? Apenas e tão somente o Brasil continuar
gerando empregos com carteira assinada, continuando com as oportunidades de
casa própria para a população pobre e ensino de qualidade para a população
menos favorecida, além de trazer médicos de várias partes do mundo para fazer o
que uma grande parte dos médicos brasileiros não quer fazer, em fim, continuar
colocando o Brasil em termos mundiais onde nunca esteve.
Também nessa direção está na pauta
nacional a aprovação de uma ampla Reforma Política, que aprove o financiamento
público de campanha, além de diretrizes que possibilitem a moralização da
política e a ampliação da intervenção da sociedade, através das instâncias
participativas e deliberativas.
Quero um Brasil moderno e inclusivo,
com homens e mulheres, negros e brancos, deficientes e não deficientes tendo as
mesmas oportunidades e, sobretudo um país que crie condições da população menos
favorecida melhorar sua condição de vida.
Nada mais belo do que poder me
apropriar da fala de Paulo Freire, expressa no Livro “Essa Escola Chamada
Vida”, que fez junto com Frei Beto, onde essa fala representa a luta e o sonho
de milhares de pessoas por uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e
todas:
“Eu sonho com uma sociedade
reinventando-se de baixo para cima, em que as massas populares tenham, na
verdade, o direito de ter voz e não o dever apenas de escutar. Esse é um sonho
que acho possível, mas que demanda o esforço fantástico de criá-lo. Quer dizer,
para isso, é preciso que a gente anteontem já tivesse descruzado os braços para
reinventar essa sociedade. Uma sociedade onde a exigência de justiça não
signifique nenhuma limitação da liberdade e a plenitude da liberdade não
signifique nenhuma restrição do dever de justiça”.
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Laboratório de Gestão e Políticas Públicas - Fundação Perseu Abramo
Laboratório de Gestão e Políticas Públicas - Fundação Perseu Abramo
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