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O que vem além das críticas muitas delas apenas reproduzidas?
Quero
iniciar essa conversa citando o importante debate que assisti ontem na Fundação
Perseu Abramo sobre Classes Sociais, iniciado pela urbanista Ermínia Maricato e
concluído pelo Presidente da Fundação, Marcio Pochmann.
Marcio
fez uma ampla discussão sobre o Brasil na atualidade, citando os principais
aspectos da conjuntura atual e apontando alguns desafios para construção de uma
nova sociedade. O que me chamou mais a atenção foi o fato defendido por ele, de
que a extrema maioria dos trabalhadores dessa nova classe trabalhadora, que
emerge no país, nos governos Lula e Dilma não é sindicalizada e mais: até que
ponto os sindicatos lhe representam, a partir do momento que essas instituições
passam por determinada crise, que a meu ver é inclusive de identidade
ideológica, onde antes de ser de mudança de diretorias é institucional, de
modelo e de concepção.
Marcio
aborda ainda a perda da hegemonia do Estado de São Paulo, como carro chefe da
nação em termos econômicos, a partir principalmente da má administração dos
últimos 20 anos e sobre essa nova classe trabalhadora ser composta mais do
setor de serviços. Algo novo a ser administrado dentro inclusive da luta de
classes.
Falando-se
de uma nova sociedade, imagino ser impossível discutir o futuro se não for
alimentado por sonhos. São eles os grandes responsáveis por pautar nossas
vidas, pois sonhar é viver.
Sou
adepto do pensamento de que viemos ao mundo para uma missão. Essas missão para
alguns é se dar bem na vida e para outros é dedicar sua vida na construção de
uma sociedade melhor. Quem descobre sua missão em tempo, acaba associando-a a
um trabalho constante e que não descobre faz de sua vida apenas um passatempo.
O
ato de governar também passa por essa leitura. Alguns gestores, que vieram ao
mundo a passeio, usam esse importante espaço de poder, ou para usá-lo em
benefício próprio ou simplesmente desperdiça a oportunidade de contribuir na
preparação e na construção de uma nova história.
Aprendi
na minha militância política, que valores podemos mudá-los, que inclusive as
mudanças seguem a trajetória das nossas vidas, porém princípios jamais, pois
são eles os responsáveis por nossas escolhas presentes e futuras.
Alegro-me
a cada gestor que encontro que está focado em usar o espaço que tem para fazer
uma pequena revolução, dando sua contribuição na luta contra as desigualdades e
construindo espaços participativos visando a inclusão de pessoas que perderam a
vontade de sonhar.
Por
outro lado me indigno com gestores que adotam um lobista para resolver seus
problemas, pois a extensão disso é a venda da alma do povo pobre em troca de
recursos para sua reeleição. Um dos caminhos corrupção.
A
sociedade precisa se reinventar. Quem sabe se humanizar. Discutir valores,
rever conceitos que levam ao preconceito, buscar simplesmente o sentido da
vida.
Como
dizia Carlos Matus: o gestor não devia esquecer nunca que seu pode é emprestado
pelo povo.
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Laboratório de Gestão e Políticas Públicas - Fundação Perseu Abramo
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