Órgão Público mais corrupto Onde o suborno é mais disseminado
A gestão
e o gestor público precisam se reinventar. Na verdade a boa política precisa invadir
os porões do poder, onde gatos e lagartos se digladiam, ocupando o espaço com pessoas do bem. Não é mais possível tolerar
uma situação dessas. A população está simplesmente financiando: campanhas
milionárias, mordomias e o enriquecimento ilícito de milhares de ladrões, ao custo das
desigualdades sociais, da miséria e da fome de milhares de pessoas.
Segundo
estimativa de diversos órgãos, todos os anos são desviados dos cofres públicos,
algo em torno de 82 bilhões de reais, que significa 2,3% do PIB nacional. Essa
soma coloca o Brasil entre os países mais corruptos do mundo.
Só para se ter uma ideia, entre 2001 e 2011, a CGU - Controladoria-Geral
da União fez auditorias em 15.000 contratos da União com estados, municípios e
ONGs, tendo encontrado irregularidades em 80% deles. Nesses contratos, a CGU detectou
desvios de R$ 7 bilhões. Vale ressaltar que muito desse dinheiro foram
para o tal do terceiro setor. Algo criado para substituir o Estado em suas
funções sociais e trocar o militante pelo volutário.
Segundo
levantamento da Entidade Transparência Internacional o Brasil, em 2013, ficou
na 72ª posição (42 pontos), numa escala que vai de zero (mais corrupto) a 100 (menos corrupto). Ficamos empatados com a África do Sul, Bósnia Herzegovina, Sérvia e São Tomé e Príncipe.
Subimos 3 pontos em relação a 2012.
O ranking é baseado
em opiniões de especialistas e pesquisas de 13 entidades internacionais de
acordo com o nível de percepção percebida nos governos de cada um desses países.
O Brasil continua atrás dos seus vizinhos sul-americanos, como o Uruguai (19º
lugar) e o Chile (22º), e de outros emergentes, como Arábia Saudita e Gana
(ambos na 63ª posição).
De acordo com Transparência
Internacional, 70% dos 177 países que compõem o ranking tiveram avaliação
inferior a 50 pontos, o que indica a dificuldade no combate à corrupção.
Ainda segundo a entidade, 25% das pessoas subornou algum órgão público no último ano.
É principalmente
por esse fator que a maioria dos prefeitos, prefeitas, governadores e
governadoras, querem o povo muito longe do palácio do poder. Uma espécie de “casa
grande” e “senzala”
O que
fazer para mudar essa situação? Uma das alternativas é investir na população,
com educação e capacitação para que as pessoas saibam de seus direitos de
participação e de controle social, outra medida urgente é capacitar os
gestores, técnicos e servidores, no sentido de criar novas expectativas, porém
a meu ver a medida mais eficiente é a população aprender que quanto mais
distante da política, elegendo representantes sem conhecê-los, mais fácil dos ladrões
de plantão ocuparem o espaço e em nome da democracia.
Em resumo: só a
participação garante uma mudança de fato e de direito.
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Laboratório de Gestão e Políticas Públicas - Fundação Perseu Abramo
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