Foto: www.tijolaco.com.br
(*) Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
O triste
episódio dos médicos brasileiros, vaiando seus colegas cubanos, chamando-os de
“escravos” e “incompetentes”, revela apenas o lado cruel e desumano,
preconceituoso e racista, dessa turma de jaleco branco, que se formaram, muitos
delas com o dinheiro do povo brasileiro e que se recusam a trabalhar nas
cidades pequenas e periferias, mostrando claramente a opção elitista, onde
pobre não tem vez.
É importante
ressaltar que essas atitudes não são ações isoladas e sim fazem parte do
pensamento de quem não se conforma de um metalúrgico governar o país, de uma
mulher está à frente da nação e da população pobre está conquistando direitos,
que os presidentes, representantes desses médicos suprimiram por mais de 500
anos.
Bem disse
Marilena Chauí, quando do lançamento do Livro: Lula e Dilma: 10 anos de
governos pós-neoliberais no Brasil, que não repetíssemos que existe uma “nova
classe média” no Brasil, que é o que afirma a imprensa golpista e a elite
brasileira e sim disséssemos da existência de uma Nova Classe Trabalhadora, que
conquistou direitos e que hoje desfruta de pequenas regalias que representavam
verdadeiras fantasias nos governos que antecederam Lula e Dilma. Além disso,
ela descreve com detalhes, que os maiores preconceitos estão escondidos e apropriados
pela classe média, capaz de nutrir com ódio todas as atitudes que mantém parte
da violência contida na sociedade.
Porém algo
pior que a vaia veio da frase de uma jornalista, descrita a seguir na
introdução da matéria da Revista Isto É dessa semana, escrita
por Wilson Aquino e Michel Alecrim:
“Atrás da
tela de um computador, a jornalista potiguar Micheline Borges não mostrava
seu rosto, mas mirava o dos outros. “Essas médicas cubanas tem (sic) uma cara
de empregada doméstica”, escreveu ela em uma rede social, auscultando o que, em
sua xenófoba opinião, seria um grave problema dos 400 profissionais de saúde
cubanos que desembarcam no Brasil para ocupar vagas rejeitadas por brasileiros
em municípios sem glamour, mas cheios de gente que ainda morre por diarreia”.
Ah se todos
os médicos brasileiros se parecessem com empregados domésticos. Aí sim saberiam
cuidar de uma mãe e principalmente de uma criança.
(*) Pesquisador em
Gestão Pública e Social e do Laboratório de Gestão e Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo do Partido dos Trabalhadores.
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