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O
governo neoliberal que é a política econômica que visa à redução das funções do
Estado Nacional em prol das empresas privadas, começou de fato no Brasil com o
governo de Fernando Collor de Melo (1990-1992). Com o impeachment de Collor,
assumiu o governo o vice-presidente Itamar Franco (1992-1994) que efetivou
algumas ações, tímidas, para reduzir o impacto do neoliberalismo no país.
Quem
continuou a política neoliberal de Collor, foi Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002), que em 8 anos de mandato efetivou um desmonte do Estado
brasileiro. Tal como, o eixo da política neoliberal pauta-se por privatizações
e pelo não investimento nas áreas sociais e por um Estado Mínimo, foi dessa
forma que Cardoso conduziu o seu governo.
Uma
das características neoliberais do governo Cardoso foi a chamada reforma da
previdência social, segundo o professor Otaviano Helene, ao analisar as
mudanças na área da seguridade social afirmou que “as alterações propostas têm
como objetivo satisfazer interesses econômicos, em vez de resolver os reais
problemas do sistema previdenciário brasileiro”, ou seja, os aposentados
estavam em segundo plano neste modelo previdenciário.
Além
de alterar a estrutura da previdência, o governo de Cardoso privatizou várias
empresas, entre elas: a Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo,
a educação superior, as Telecomunicações e a área de energia elétrica. Naquele governo também ocorreu uma
modificação do recrutamento de funcionários públicos, Cardoso, optou por
terceirizar os serviços que eram de responsabilidade da União e pela redução de
concursos públicos o que acabou sucateando a administração pública e
comprometendo as funções do Estado.
No
final do seu governo o país tinha uma dívida de 245 bilhões de dólares o que
emperrou o avanço econômico do Brasil. Salienta-se que por falta de
investimento na rede de energia, o país vivenciou vários períodos de apagões, ocasionando
numerosos transtornos para os cidadãos brasileiros. Na área da educação não foi
construída nenhuma universidade federal, optando-se pelo modelo de educação
privada e assim excluindo milhões de pessoas ao acesso a uma educação de
qualidade. Caro leitor, todas essas ações tinham como objetivo a redução do
Estado brasileiro, isto é, ficaria a cargo do Estado apenas alguns setores, por
exemplo, as Forças Armadas e as questões epidemiológicas. Fica evidente que o
governo de Cardoso é o modelo mais próximo que temos de um governo neoliberal e
que tal política não proporcionou o fim das desigualdades sociais e do
desenvolvimento do país, pelo contrário, foi um retrocesso social e
econômico.
Israel
Aparecido Gonçalves
Cientista político e professor universitário.
Cientista político e professor universitário.
Meu primeiro contato com o assunto foi lendo o livro do Paulo Nogueira Batista: "O Consenso de Washington". Um livro imperdível para saber qual era o papel do Collor e principalmente o FHC na implantação do neoliberalismo no Brasil.
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