O
triste episódio ocorrido no sete de setembro na cidade de Americana/SP, onde o Grito dos Excluídos,
composto na maioria por jovens, foi interceptado, violentamente reprimido e
violentado no seu direito e ir e vir, apesar de haver um acordo entre as partes
que os protestos pacíficos, sem máscaras, iriam fechar o desfile, nos faz
refletir sobre que liberdade é essa, onde apenas quem tem o trono pode
desfrutar dela?
Vários
jovens, menores, mulheres e idosos saíram feridos, por uma guarda municipal
enlouquecida, com sua tropa de choque pronta para atacar todos os participantes
do Grito. É para isso que eles querem andar armados? É para isso que querem o
direito de polícia? Bater em jovens, homens e mulheres e idosos desarmados e de caras limpas chama-se
covardia.
O
fato de Americana, não só agride a liberdade, mas coloca a cidade em alerta,
pois a atitude de um guarda, que comandava a tropa ao puxar uma arma para o
Tenente-Coronel da Polícia Militar da cidade Sergio Canno, que intervia pela população, deixa uma clara visão
de que, a cidade tida como a sétima melhor do Estado de São Paulo para se viver, as regalias
só estão disponíveis para os amigos do prefeito. Todos aqueles que discordarem
serão tratados como bandidos.
Paulo
Freire dizia: “Os opressores,
falsamente generosos, tem necessidade para que a sua "generosidade"
continue tendo oportunidade de realizar-se, da permanência da injustiça”.
Aqueles
jovens, ao caminharem no Grito dos Excluídos, clamavam por liberdade, não para
eles, mas por uma sociedade justa, fraterna e igual, assim como denunciavam a
corrupção existente na cidade e a truculência de comissionados do prefeito, que
os agride em todos os atos da cidade. Porém, jamais esperavam que fossem
agredidos por quem é pago pela população, para defendê-la, justamente porque a
população também faz parte do patrimônio da cidade.
Liberdade,
uma nobre palavra, contida em versos e prosas, onde várias pessoas de várias
partes do mundo deram suas vidas pela sua conquista e onde torturadores e
assassinos lutaram para suprimi-la.
Viver
livremente, poder pensar, se expressar contrariamente quando necessário, ter o
mínimo do básico para sobreviver, ter os direitos constitucionais garantidos e,
sobretudo, ter o direito de escolher o próprio destino. É esse conceito de
liberdade que o Grito dos Excluídos bradava pacificamente pelas ruas da cidade
e que homens e mulheres fardados, atendendo a um comando do gestor principal, interrompeu.
Porém,
como a busca pela liberdade, por aqueles que sonham, jamais morrerá, a luta
desses jovens americanenses e de outros setores da cidade. certamente não
morreu no episódio de sete de setembro.
“Que nada nos defina. Que
nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância”. (Simone de
Beauvoir)
“Todo mundo chama de
violento a um rio turbulento, mas ninguém se lembra de chamar de violentas as
margens que o aprisionam”. (Bertold Brecht)
Queremos
a liberdade plena para o povo americanense e não essa liberdade suprimida através dos
grandes e pequenos detalhes, arquitetados por quem comanda o poder no Paço
Municipal da Avenida Brasil.
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Laboratório de Gestão e Políticas Públicas - Fundação Perseu Abramo
Laboratório de Gestão e Políticas Públicas - Fundação Perseu Abramo
Notícias do Fato:
- http://liberal.com.br/noticia/EBA4A5569EC-expectativa_era_de_protesto_pacifico
- http://liberal.com.br/noticia/E736964DB44-confusao_marca_desfile_em_americana
- http://liberal.com.br/noticia/25124078AE7-fotografo_do_liberal_tem_camara_quebrada
- http://liberal.com.br/noticia/2C3C0A21AF1-gama_esclarece_confusao_em_desfile
- http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=790965
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