A
partir desse momento até o dia das próximas eleições, os meios de comunicação ligados
à velha mídia, comandados por seus proprietários, ou seja, aquelas seis famílias,
assim como as redes sociais, estarão repletas de informações e desinformações, no
sentido de “ganhar” a confiança de seus leitores, ouvintes, telespectadores e
internautas, visando uma única possibilidade: confundir a cabeça da população e
tirar do comando do país o Partido dos Trabalhadores e seus aliados, que nos
últimos doze anos, resgataram a soberania nacional e desatrelou o país dos EUA
e também das amarras do FMI e do Clube de Paris.
Quero
iniciar essa conversa afirmando que a razão que move a oposição brasileira,
desprovida de um Plano de Governo Nacional que fortaleça a soberania, liberte o
povo pobre e, sobretudo projete o país para os desafios futuros, é a mesma que
move em todos os países da América Latina que hoje são governados por partidos
e líderes ligados ao um pensamento de esquerda, como por exemplo, a Venezuela,
onde a direita prega um golpe e o que esta por trás é o petróleo. Ontem foi a colômbia
e antes de ontem a Argentina.
No
seio dessa disputa está o petróleo, a hegemonia da elite econômica e a
elitização de todos os meios que fortaleçam a possibilidade de liberdade do povo
pobre de todos esses países, tais como acesso a: educação, emprego formal, casa
própria e aos diversos bens de consumo, até então privilégio de poucos, como
era o Brasil de um passado recente. Um país pobre, mergulhado no neoliberalismo
e sem perspectiva futura.
A
meu ver, estamos atravessando uma estreita ponte. Um grande risco à nossa frente.
Por um lado a população pobre começa a tomar gosto por desfrutar de alguns bens
e serviços proibidos nos governos anteriores por falta de posse e por outro o
risco eminente desse mesmo povo cair novamente no “canto da sereia”, como por
exemplo, achar que alguém pode fazer mais e melhor se nunca fez. Ora, se isso
fosse possível, Lula e Dilma não teriam ganhado três eleições seguidas. Só
ganharam pelo fato de terem gerado resultados suficientes que mudaram a vida de
milhares de pessoas. Esse é um fato concreto e contra fatos todos os argumentos
são secundários.
O
que faz a direita, a extrema direita e a extrema esquerda se unirem para
combaterem o governo atual, senão a intenção de desconstruir uma trajetória
vitoriosa. Algo que distancia quem se apoderou dos resultados dos últimos anos dos
discursos vazios desses setores, onde o discurso está a anos luz da prática. Em
regras gerais todos esses setores almejam a volta ao passado, com uma
complicada avaliação de que o país está quebrado, de que o país gasta muito com
o social, de que a copa é das empreiteiras e por isso tem que ser combatida, de
que não se investiu muito em educação e de que o mais médico, com a importação
de médicos cubanos é a legitimação da escravidão cubana no Brasil, entre outras
análises descabidas.
É
claro que a direita e a extrema direita seguem um caminho, incomodadas pelo
fato de seus agentes não operarem aqui como faziam no passado e pelo fato dos
pobres estarem ocupando as vagas que eram suas nos governos anteriores e a
extrema esquerda, como aquele disco de vinil arranhado, repetindo as mesmas
coisas de cinquenta anos atrás e querendo uma revolução armada, para acontecer
exatamente como ocorreu no passado. Com a pobreza extrema, ambos os discursos se
encaixam perfeitamente.
Não
quero com essa breve análise afirmar que o país está do jeito que queremos,
pois para isso temos que mudar os rumos da sociedade e dar voz ao povo, mas é
impossível dizer que o país capitalista chamado Brasil é o mesmo do passado,
onde os EUA espirravam e nós ficávamos gripados. O Brasil da atualidade é
outro. Continua capitalista, com todos os problemas do sistema, mas, no entanto
com o povo pobre ocupando o espaço que foi suprimido por 502 anos, ou seja: estudando, trabalhando com carteira assinada,
se capacitando tecnicamente, comprando sua casa própria, viajando de avião,
comprando seu carro novo, abrindo conta nos bancos e sobretudo com acesso a
programas sociais nunca antes existentes.
Na
verdade tínhamos no passado um país de poucos e para poucos, comandados pelos
EUA, pelo FMI e pela elite brasileira e hoje temos um jovem país nascendo a
partir de um processo de inclusão e participativo. É justamente isso que será
combatido nos discursos que veremos a partir de então. Isso soa como algo
subversivo para quem acha que o povo não tem capacidade de pensar, tomar
decisões próprias e principalmente de agir quando alguma ameaça for detectada. Não
queremos mais ser tratado como “garrafinhas” trocadas por votos e sim ter o
direito de escolher nossos caminhos.
Queremos
na verdade um país livre e soberano, que talvez não seja esse que está
desenhado na atualidade, porém está muito mais perto da mudança do que tínhamos
no passado quando era achincalhado pelo EUA, FMI e demais países do chamado
primeiro mundo. Nenhum governo anterior conseguiu fazer com que o Brasil fosse
ouvido como exemplo e principalmente copiado, em algumas ações, como por
exemplo, o SUS e o Programa Bolsa Família, como esse Brasil de agora esculpido nos
governos Lula, Dilma e pelas inúmeras Conferências Nacionais deliberativas
ocorridas ate então.
É
obvio que temos muito a fazer, como principalmente moralizar a política através
de uma Reforma Participativa, exterminar de vez a corrupção, aprovar o
Financiamento Público de Campanhas, evitando assim o financiamento privado e o
caixa dois para as campanhas milionárias e tantas outras. Porém isso só será
possível com a efetiva participação da sociedade organizada em todas as decisões
do país, exercendo o direito pleno de Participação e de Controle Social.
A
população terá dois caminhos muito claros a seguir: um da continuidade e
avanços dos projetos atuais e o outro da volta ao passado. Ninguém faz mais e
melhor se não fez no passado e tampouco mudará o país eletrocutando o povo,
afinal quem gosta de choque é a polícia e o paciente em estado terminal.
A
lógica era a de que até os empresários apoiassem o governo atual, afinal nunca ganharam
tanto, mas afinal não farão devido à luta de classes. Eles estão se organizando
para destruir o que já conquistamos e cabe a nós defendermos nossa liberdade nas
ruas se necessário.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada
em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo
em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro1608@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário sobre o Post