Impossível
lembrarmos os 50 anos do golpe militar sem, primeiro, nos solidarizarmos com as
vítimas, aquelas que morreram nas mãos de torturadores, que se recolheram em
exílio mundo afora e aquelas que tiveram suas histórias de vida interrompidas
simplesmente porque defendiam a liberdade, a igualdade e a justiça social. São
50 anos de um luto que jamais esqueceremos, não por reverência, mas por
lembrar-nos do quão difícil foi esse período na história brasileira e para
zelarmos que isso jamais se repita.
Impossível,
do mesmo modo, esquecer os anos de atraso, especialmente intelectual, a que
nosso povo foi submetido pelo golpe militar de 1º de abril de 1964 e sua
política de desmantelamento da educação pública e da liberdade de expressão.
Esse foi um retrocesso que vitimou toda a Nação, cujo alto custo é pago ainda
hoje.
Mas que
fique no passado a história. Dela devemos tirar o aprendizado. Hoje merecemos
celebrar a democracia que areja a atividade política e cidadã no Brasil. O que
importa é fortalecer nossa vocação de povo livre, defender a Constituição. O
que importa é seguir na luta contra o preconceito, contra a desigualdade,
contra o racismo e contra todas as formas sutis de opressão que também limitam,
segregam e intimidam; que apequenam as pessoas mais humildes e discriminam as
diferenças. Esta é a nossa luta.
Uma luta
que trazemos no DNA do Partido dos Trabalhadores, um partido político concebido
ainda no processo de abertura para a democracia, em 1978, e gestado nas greves
do ABC e nos movimentos sociais; o partido liderado por Lula, o nosso líder
maior, e por gente do quilate de Apolônio de Carvalho, que trouxe uma
experiência de luta contra o nazismo na França e contra Franco na Espanha
depois de exilado pela ditadura militar no Brasil; de Lélia Abramo, atriz e
militante que trouxe da Itália sua experiência de luta contra o fascismo de
Mussolini e única mulher a assinar a ata de fundação do PT no colégio Sion, em
1980; e de Benedita da Silva, uma das primeiras mulheres a filiar-se ao PT,
hoje deputada. Isso para citar apenas alguns nomes dos muitos que organizaram o
que hoje é o maior partido de esquerda do mundo.
Nossa
tarefa não é fácil e nem pequena, mas é preciso reconhecer que foi a partir dos
governos do PT, com Lula e agora com Dilma – ambos perseguidos políticos -, que
a Nação recuperou sua autoestima; que a universidade e a casa própria deixaram
de ser um sonho impossível ao trabalhador. Que o primeiro emprego não é mais um
pesadelo aos jovens que saem dos bancos escolares. Que as mulheres ganharam de
fato espaço de luta e de reconhecimento.
O PT está
fazendo justiça social. O Brasil está oferecendo oportunidades. Isso é
democracia.
O que
ficou para trás é parte triste do passado. Gostamos do cheiro de gente,
gostamos de dialogar, gostamos de lutar e crescer juntos e gostamos da crítica
para evoluir.
Viva a
igualdade. Vida eterna à liberdade.
Márcia Lia
Advogada -
Ex-vereadora
Presidenta do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Araraquara
Presidenta do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Araraquara
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário sobre o Post