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segunda-feira, 31 de março de 2014

Viva a Liberdade

Impossível lembrarmos os 50 anos do golpe militar sem, primeiro, nos solidarizarmos com as vítimas, aquelas que morreram nas mãos de torturadores, que se recolheram em exílio mundo afora e aquelas que tiveram suas histórias de vida interrompidas simplesmente porque defendiam a liberdade, a igualdade e a justiça social. São 50 anos de um luto que jamais esqueceremos, não por reverência, mas por lembrar-nos do quão difícil foi esse período na história brasileira e para zelarmos que isso jamais se repita.

Impossível, do mesmo modo, esquecer os anos de atraso, especialmente intelectual, a que nosso povo foi submetido pelo golpe militar de 1º de abril de 1964 e sua política de desmantelamento da educação pública e da liberdade de expressão. Esse foi um retrocesso que vitimou toda a Nação, cujo alto custo é pago ainda hoje.

Mas que fique no passado a história. Dela devemos tirar o aprendizado. Hoje merecemos celebrar a democracia que areja a atividade política e cidadã no Brasil. O que importa é fortalecer nossa vocação de povo livre, defender a Constituição. O que importa é seguir na luta contra o preconceito, contra a desigualdade, contra o racismo e contra todas as formas sutis de opressão que também limitam, segregam e intimidam; que apequenam as pessoas mais humildes e discriminam as diferenças. Esta é a nossa luta.

Uma luta que trazemos no DNA do Partido dos Trabalhadores, um partido político concebido ainda no processo de abertura para a democracia, em 1978, e gestado nas greves do ABC e nos movimentos sociais; o partido liderado por Lula, o nosso líder maior, e por gente do quilate de Apolônio de Carvalho, que trouxe uma experiência de luta contra o nazismo na França e contra Franco na Espanha depois de exilado pela ditadura militar no Brasil; de Lélia Abramo, atriz e militante que trouxe da Itália sua experiência de luta contra o fascismo de Mussolini e única mulher a assinar a ata de fundação do PT no colégio Sion, em 1980; e de Benedita da Silva, uma das primeiras mulheres a filiar-se ao PT, hoje deputada. Isso para citar apenas alguns nomes dos muitos que organizaram o que hoje é o maior partido de esquerda do mundo.

Nossa tarefa não é fácil e nem pequena, mas é preciso reconhecer que foi a partir dos governos do PT, com Lula e agora com Dilma – ambos perseguidos políticos -, que a Nação recuperou sua autoestima; que a universidade e a casa própria deixaram de ser um sonho impossível ao trabalhador. Que o primeiro emprego não é mais um pesadelo aos jovens que saem dos bancos escolares. Que as mulheres ganharam de fato espaço de luta e de reconhecimento.

O PT está fazendo justiça social. O Brasil está oferecendo oportunidades. Isso é democracia.

O que ficou para trás é parte triste do passado. Gostamos do cheiro de gente, gostamos de dialogar, gostamos de lutar e crescer juntos e gostamos da crítica para evoluir.

Viva a igualdade. Vida eterna à liberdade.
Márcia Lia
Advogada - Ex-vereadora
Presidenta do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Araraquara

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