Ao analisar que 30,46% do eleitorado se absteve ou votou em
branco ou nulo e 34% não votariam se o voto não fosse obrigatório, a pergunta
é: Por que a maioria das pessoas vota em seus algozes e não em quem poderia
lhes defender?
O voto é uma conquista democrática, por isso deveria ser
livre. Quem sabe assim algumas pessoas não precisassem pegar do chão em quem
votar, que chega a ser deprimente.
A partir da ignorância política e outros fatores, o
envolvimento das pessoas no processo eleitoral só se dá por alguma motivação e
comportamento.
Algo que vai de uma paixão cega pelo
candidato ou candidata, sem ao menos saber o que essa pessoa defende ou a quem está
intimamente ligada, passando pela venda descarada do voto por uma “vaguinha”,
uma ajuda ou outra espécie de barganha.
Existe ainda os chamados currais eleitorais,
que vai do coronelismo ao fanatismo e fundamentalismo religioso, envolvendo grande
parte do setor evangélico e católico. Algo iniciado no Consenso de Washington e
que teve forte ampliação na bolha infernal chamada bolsonarismo, mantido por
Fake News e pelo ódio.
Apenas uma pequena parte estabelece seus apoios a partir da convicção
política. Vão à campo por uma causa e mudanças profundas nessa sociedade
injusta e desigual.
O que fazer diante desse cenário? Quem sabe um trabalho de
base melhorando a comunicação, formação e organização em busca de direitos,
pois se a direita aposta apenas na democracia representativa e sabemos
claramente os porquês, nós temos a democracia participativa como elemento
principal e ela incomoda quem engana, justamente por nascer a várias mãos e saber
que o voto é apenas um caminho para as mudanças necessárias que terão que
acontecer.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico, Escritor e Pesquisador em Gestão Social


















