Ontem fui criança, jovem e de meia idade e depois o tempo voou em direção ao futuro, de forma tão veloz que nem vi ele passar. Hoje perto de completar sete décadas de existência me deparo contigo frente a frente e me preparo de todas as formas para que a nossa convivência seja a melhor que eu mereça ter...
Como te definir? Quem sabe como um tempo de descida da escada
da vida, onde para muitas pessoas se torna um tempo de puro sofrimento, porém, quando
tudo caminha a contento dentro da lógica da vida, tu és um grande presente antes
da partida final.
És temida por muita gente, pois geras grandes mudanças na
aparência visual, sendo que muita gente só vive disso, além de necessitares de atenção
especial com a saúde, o que faz com que os convênios médicos escrotos, nem queiram
pessoas com mais de sessenta anos ou cobram um valor fora da realidade, além de
pagarem seus representantes gestores ou legisladores para precarizarem cada vez
mais a saúde pública.
Vamos combinar? Chegues calma e me faças viver e reviver as coisas
que aprendi a gostar, assim como me fortaleças para que eu continue lutando contra
todas as formas de discriminação, violência, mentiras e descasos que assolam
esse Brasil de meu Deus.
Sentindo a tua presença, passa um longo filme pela minha
cabeça, me fazendo lembrar dos diversos erros e acertos, pelos quais passei, num
desfile de atos, fatos e lembranças, como se houvesse uma vitrine guardando toda
a minha história de vida até aqui.
Depois de tantas perdas de quem não conseguiu conviver contigo,
fecho os olhos e agradeço todos os dias por continuar em vida e bem, compartilhando
o meu tempo de agora com as pessoas que amo e esperando ansioso para pegar na
mão do Heitor e sair em brincadeiras por horas a fio, onde nem veremos o tempo
passar...
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni Cordeiro)
Estatístico, Escritor e Pesquisador em Gestão Social