#SindijusPRemDefesaDoServicoPublico
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É
exagero afirmar que na classe política, o único projeto que tem em pauta na
atualidade são as eleições de 2022? Estão todos e todas movendo suas peças no
tabuleiro da sociedade e já com alguns nomes em destaque em campanha. A corrida
já começou.
Em
regras gerais não há nada de mal nisso, para um país que tem eleições a cada
dois anos, além de muita luta no passado pelo direito de votar. O problema é
que as eleições se tornaram uma indústria que move o mundo do capital e acaba não
cumprindo seu papel político, com raras e boas exceções. A desinformação e o desinteresse
da população são cada vez maiores. A maioria vota em seus opositores e ainda saem
às ruas para defendê-los sem saber quem são. É como a barata votando no chinelo
ou inseticida.
Há
uma intencionalidade de desconstrução de tudo que foi conquistado e produzido
visando direitos. A ordem do sistema econômico é cuidar do empresariado e
detonar a esquerda, porque senão não haverá trabalho. Não importa em que
condições. Como resultado, vemos a
trágica situação do país. Desemprego, subemprego, precarização da saúde e da
educação e as ruas cheias de pessoas que não tem mais como atuar em sociedade,
entregues à sorte e ao destino. Além de um grupo de empresas deixando o pais.
A fome
e a miséria também voltaram. O país de Bolsonaro se transformou num puxadinho do
capital internacional e de braços dados com a milícia. A pandemia toma conta do
país e o genocida brincando de ser eterno. O inacreditável é saber que a
popularidade dele está mantida e o dinheiro público comprando os votos que ele
precisa para se manter, como foi o caso das eleições da Câmara e do Senado,
infelizmente com a contribuição de parte da esquerda brasileira. Algo que dá um
calafrio só de pensar...
É
bom que se diga que há uma confusão intencional de várias vertentes, no sentido
de se descaracterizar os campos ideológicos, confundindo a cabeça do povo. Como
entender o que é na atualidade ser de direita, centro, extrema direita ou
esquerda? Ao olhar o mapa de composição política nos municípios para o cargo de
prefeito ou prefeita, a única coisa que me vem à mente é de um personagem do
Viva o Gordo, que ficava um tempo no espaço e quando voltava não acreditava no
que escutava sobre o país e dizia: “Me tira o tubo”.
Tem
um fato que é determinante para tudo isso. Uma eleição a cada dois anos impõe
que a agenda principal esteja focada em como participar e organizar o processo
eleitoral. É um mundo de negócios e das negociatas. Uma mistura que confunde a
cabeça do povo. Como a pauta já é 2022 mina as pequenas chances de organização
da população, em busca de seus direitos. Fica tudo em nome da democracia. Porém
de que democracia mesmo estamos falando?
O
que fazer diante desse cenário? Nossos representantes têm, apenas eleitores ou também
base eleitoral? É possível construir um projeto antes de um nome a representar?
Como cobrar de forma qualificada em quem votamos?
Na política não tem mágica.
Quem defende o capital nunca vai defender a classe trabalhadora. Quem vive com
seus ranços de homofobia, racismo, machismos e outros, nunca vai entender as
lutas especificas e os enfrentamentos políticos.
Um
projeto popular de formação e organização, envolvendo os principais setores que
sofrem com o processo de exclusão e discriminação, poderia ser um começo e ai
sim escolher pessoas do projeto ou intimamente ligadas a ele para representar
os anseios e expectativas de setores que normalmente são usados como
“garrafinhas” em troca de uma parcela de poder ou um cargo político.
Bem
vindo e bem vinda ao mundo onde uma reflexão vale um conto...
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Está
no imaginário popular que o ano só começa depois do carnaval e se não tem carnaval
como fica?
Num
ano normal o país já estaria em festa há algum tempo e ontem teria sido o
primeiro dia oficial dos desfiles e do carnaval de rua. Ensaios nas quadras das
escolas regadas por muita cerveja teriam embalado as madrugadas, ensaios dos
blocos, encontros sendo marcados para os dias de festejos e o país caminharia
para mais uma grande festa, nem tão popular assim, com uma grande parcela da
população, se esquecendo por alguns dias das mazelas que vivemos e outra grande
parte dizendo que é coisa do “capeta” e a vida seguiria.
Para
milhares de foliões e foliãs, que se preparam durante um ano para seus desfiles
de escolas e blocos, ou mesmo para pularem, ficará um grande vazio, pois será o
primeiro ano em 89 anos sem carnaval. Uma festa existente para as que as pessoas
extravasem suas neuras, além do ano poder de fato começar, embora o sistema
econômico tenha se apropriado da festa para tudo girar economicamente em torno dos
quatro dias de folia e quem não tem dinheiro não desfila nas escolas e nos
blocos principais, como bem fala a música “Visual”. Para quem é da folia,
realmente deve ser um ano sem graça.
De
certa forma eu entendo perfeitamente, pois senti o gostinho de como é
participar de um desfile e viver o clima do momento, mas quando me lembro de
que na terça de carnaval do ano passado eu estava enterrando meu pai, que
morreu com todas as características do vírus e que estamos chegando a 250 mil
mortes oficiais por COVID, sem contar quem não entrou na conta, a verdadeira
festa de carnaval é festejarmos o fato de estarmos e continuarmos vivos
celebrando o ato de viver. Por certo no ano que vem será outro momento e quem
sabe com a população toda vacinada com suas duas doses.
Não
é politicamente correto e um atentado à saúde púbica, uma pessoa com COVID não
respeitar o tempo de quarentena e transitar como se nada tivesse acontecendo.
Levaria o vírus para muita gente. Assim evitar as festas é o melhor que se faz,
pois o que não falta são pessoas infectadas por ai...
Há
quase um ano estamos vivendo momentos de inquietações, seja pela pandemia que
quando não mata deixa sérias sequelas ou pelas armadilhas preparadas pelo
genocida de plantão, que provocam males irreparáveis. Eu diria que o país está
muito mais pobre triste e do que estava no ano passado.
O
carnaval seria uma forma inclusive de protestos nos desfiles que já se
anunciava, mas por conta do abandono do país chegamos a essa situação
impensável. O desgoverno e também a contribuição por uma parte da população, que
desdenha da situação e continua a se expor, nos levou a esse caos.
Muitos
beatos e beatas dizem que o carnaval é uma festa pagã e, portanto repleta de
pecados. Creio que o verdadeiro pecado habita onde se escondem os preconceitos,
as discriminações, os racismos, a ostentação e outras performances de pessoas
que vieram ao mundo para servir ao deus dinheiro. Tudo que é em excesso faz mal
e o mundo que sonhamos vai ficando cada vez mais estreito.
Quem
veio ao mundo para servir e que tem uma causa para defender, sente no ar que
estamos num momento de plena carência humana, a partir de vários fatores.
Assim, uma saudação de bom dia, um ouvir, um se por à disposição e
principalmente um momento feliz junto, pode fazer toda diferença.
Quando
se tem controle emocional e respeito pela vida humana e por quem caminha
conosco, tudo vale a pena por a alma não ser pequena. Obrigado Fernando Pessoa!
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Fecho
os olhos e me permito embarcar numa viagem em busca de respostas para a vida. Disposto
a viver da melhor forma o que vier pela frente. Vejo à minha frente uma estrada
arborizada e florida e inicio minha caminhada por ela onde o amanhã é o destino. Vou
degustando todos os meus sentimentos. Flores de cores diversas a me colorir, canto
dos pássaros como hino e o cheiro da relva molhada.
Enquanto
caminho, vou recordando da minha trajetória de vida, onde já fui um nada e um tudo
ao mesmo tempo. Onde sempre era possível recomeçar. Lembro-me que estou
colhendo o que plantei durante a vida ou não há o que colher porque deixei de plantar. Grito
em voz alta: “Não me vergonho do meu
passado”. “Quero contá-lo para quem sabe sirva de contexto nas histórias
futuras”. Sigo pensando em minha história de vida e o que ainda posso escrever. Lembro-me que tenho pressa pois estamos numa fila da vida aguardando a nossa vez. Uma fila que ninguém quer passar à frente ou não é possível voltar ao final dela. A posição está
definida.
Vou
caminhando e me lembrando de como eram bons os banhos de chuva que tomava no
terreiro de terra batida em frente à nossa casa. A terra em contato com a água da
chuva exalava um cheiro capaz de ficar para sempre na minha imaginação de
menino que achava que podia tudo, mesmo sem nada ter.
Na
caminhada me deparo com um lago de água cristalina onde pessoas alegres passam
o tempo a brincarem com a vida olhando os peixes, a paisagem e contando suas aventuras, verdadeiras ou não.
Chego em silêncio para não ser notado, apenas para observar o movimento daquele povo que deixa a vida os levarem e curtem cada momento
regado por muita bebida, que de gole em gole nem veem o tempo passar. Quando dão conta de si o amanhã já chegou.
Ao
seguir pela estrada vou passando por pessoas que também caminham em busca do que virá e à procura de novas emoções. Começo a cantarolar músicas que cantei para alguém dormir e
isso me dá um prazer momentâneo e inquieto. Sinto vontade de pedir para cantar novamente,
mas me lembro de que estou em viagem. Quem sabe quando eu chegar...
Busco
na estrada para ver se avisto quem me quer bem e quem eu quero que esteja comigo. Junto palavras
para compor uma canção ou uma poesia. Vou fazendo versos com sentido ou não. Quem me dera ser
poeta, pois tudo que produzo tem a intencionalidade de agradar, mas nem sempre
isso é possível. Gero uma prosa com fragmentos de vida, com sonhos, com
vontades incontidas e me preparo para quando eu chegar ler de forma pausada a
quem reside em meu coração.
De
repente surge à minha frente um lindo bosque. Fico pensando se entro ou não. Penso que
se eu entrar posso me envolver com quem encontrar. Por alguns instantes fico na hesitação, mas me encho de coragem, venço meus medos e meus fantasmas e entro de
cabeça naquele recanto que me faz sonhar.
Ao
entrar sou recebido por uma fada madrinha que me leva ao encontro de
divindades que cantaram e dançaram para me agradar. Ela seguiu comigo por dias a fio
sem olhar para trás até sermos surpreendidos por uma tempestade com raios e trovões e ela chegando calmamente perto de mim, me disse quase cantando: “Sossega coração! Essa tempestade logo passa e estarei com você até o arco íris
aparecer e depois embarcaremos juntos ao amanhã onde o futuro está”. Ao
ouvir isso eu abri os olhos sorrindo e fiquei imaginando viver aquela cena dia após
dia até o amanhã chegar.
Assim
é a vida. Vivemos de momentos. Vivemos de fantasias. Vivemos de saborear o que
mais apreciamos nos encontros da vida. Vivemos sonhando em sermos amad@s, desejad@s e de termos vida em abundância para vivermos todas as emoções que o amanhã nos propõe.
Bem
vindos e bem vindas ao mundo das emoções, onde só é permitido acontecer se o
coração pulsar mais forte.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Como
pesquisador e humano que ainda acredita na velha forma de amar, tenho
conversado com muita gente, buscando referenciais que possibilitem avaliar se
aquela forma de amor que aprendemos desde cedo, ainda existe, ou diante de um mundo
em ebulição e da cultura do desamor, o amor como imaginamos, faça parte apenas da nossa
imaginação que parou desavisada num tempo passado.
Os
gregos antigos reconhecem sete tipos de amor: Philautia - Que é o amor que temos por nós mesmos. Pragma - Amor baseado na dedicação ao
bem maior. Uma forma de amor pragmático. Ludus
- Que é o oposto de Pragma. É uma forma de amor mais divertida. Eros - Que é caracterizado pelo
romance, paixão e desejo. Philia – Como
amamos irmãos, irmãs e amigos próximos. Storge
- Amor que os pais têm pelos filhos. Agape
- Que é o sentido universal de amor que todos nós aspiramos ter. Um desejo permanente
pelo bem.
Já
a psicologia usa o mesmo referencial para definir seis tipos de amor: Eros - Como sendo um amor romântico e
passional. Ludus - Como uma forma de
amor sem compromisso (imagino que aqui também se encaixa o chamado sexo sem
amor ou em compromisso). Storge -
Como sendo um amor amistoso e leal, onde o emocional está em primeiro plano. Mania - Que é uma mistura de Eros +
Ludus, onde existe uma dependência emocional e obsessiva. Pragma - Que a psicologia define como uma mistura do Ludus +
Storge, onde o sentido prático é a base dessa forma de amor. Um casal com os
mesmos interesses. Ágape - Como
sendo uma mistura de Eros + Storge. Uma combinação do amor romântico com o
amistoso e leal.
Nessa
pesquisa que realizei com pessoas conhecidas, há quem afirme que amor é tudo
igual, seja pelos parentes, amig@s querid@s ou com quem se namora, onde apenas
o que diferencia é com quem se faz sexo de forma frequente. Uma clara rejeição à
velha forma de amar. Há ainda quem defina o amor como um sentimento apenas do
hoje e o amanhã nem exista. Algumas pessoas mostraram dificuldade em
definir o que é o amor, mesmo enxergando-o como algo que se materializa na transição
entre paixão e amor. Esse grupo de pessoas afirma ser impossível continuar
amando sem ser amad@.
Há
quem defina a família tradicional, como “família-margarina”. Uma crítica ao
patriarcado conservador, mas também com conteúdos que geram outros tipos de rejeições
e discriminação. Algumas pessoas se declararam nunca terem amado ninguém ou que
não acreditam mais no amor, seja por uma decepção amorosa, por mágoas passadas ou pela facilidade
que é ter vários relacionamentos sem compromisso, como se fosse um presente pela
liberdade de viverem sem relacionamentos fixos.
Por
fim conversei com pessoas que declararam que não ouviam um “eu te amo” há muito
tempo e tentavam descobrir se suas relações estavam em crise, se ainda existiam
ou se nas entrelinhas silenciosas sentiam o amor presente nas atitudes de seus parceiros e parceiras.
Amar
pode ser algo simples e complexo ao mesmo tempo, pois invade sem avisar, o imaginário e os
corações das pessoas de varias formas e formatos. Amor pela luta. Amor do “eu
me basto”, como algo a ser administrado. Amor fraterno. Amor narcisista onde a
pessoa só ama a ela própria e o amor correspondido como o premio maior de um
relacionamento. Acredito que o amor não seja tudo igual. Para cada situação existe uma forma
própria de amar, como dizem os filósofos e psicanalistas.
Enfim,
o importante mesmo é conseguir enxergar o amor como uma conjugação do verbo amar, onde a busca
da sinergia seja algo frequente. Uma mistura de vontade, confiança,
cumplicidade, carinho e um amor que transborde a alma. Encontrar um amor verdadeiro nunca foi uma tarefa fácil. Facil mesmo é saber como amar ao ser correspondid@.
Seja
o que for, como for, onde for e com quem for, o amor verdadeiro e exclusivo por outro ser é uma forma
de sentimento que ainda vai durar muito tempo para acabar, mesmo que uma parte da
humanidade já esteja embrutecida. Ame-se em abundância, mas jamais se esqueça
de mostrar ou dizer o quanto você ama para a pessoa que convive com você, que por certo também te ama. Qual foi a última vez que você disse à seu parceiro ou parceira "Eu te amo"?
Como dizia Paulo Freire Amar é um Ato de Coragem!
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Mensagem
solta no ar como um pássaro que voa em direção ao seu abrigo, ou apenas uma
mensagem subliminar que veio dar o ar da graça, do que ainda poderá ser ou não.
Um texto com duplo sentido e a possibilidade de se caminhar pela estrada que
der mais prazer.
Noites
que se confundem com os dias, sonhos que nascem como se fossem avisos e a
gostosa sensação de acordar com um suspiro dizendo que a vida existe e que
podemos fazer sempre melhor no dia seguinte.
Sinto-me
em viagem acompanhado por um luar e uma leve brisa que vem ao meu encontro,
como se fosse um momento de paz em minhas viagens mentais. Vagamente caminho em
direção do que ainda não conheço ou em alguns momentos não vejo, mas faço a caminhada
por sentir o que já foi, o que é e um sonhar do ainda poderá ser. Crio e recrio
o ponto de partida e construo em pensamento um ponto de chegada a ser
comemorado em momentos de alegria, onde a nostalgia dê espaço a um som de vida
depois de um arco-íris.
Ando
descalço para um contato maior com a natureza e quem sabe para saborear um
pouco de magia que a terra firme onde nós pisamos passa. Às vezes tropeço nos
obstáculos da vida, vindo uma sensação de desconforto e a lembrança de que
preciso exercitar algo que só me faz bem. .
Canto
canções inacabadas, cantarolo o que possa fazer alguém dormir e vejo por entres
frestas um sol brilhante a me esperar. Olho nos olhos do infinito buscando o
que ainda não consigo entender e vejo refletida a imagem do amanhã, que
teimosamente insiste em me avisar que o que não foi ainda poderá ser e o que já
foi serve de texto e contexto para uma poesia ainda a ser escrita fazendo um
fechamento do que aconteceu entre o acaso e o destino.
Fecho
os olhos e caminho em direção aos meus desejos e ao que mais quero. Lembro-me
da noite anterior, do amanhecer, do jardim repleto de flores, do sonho interrompido
pelo acordar, de várias borboletas coloridas voando em círculo e que além do
sol que me aquece, logo virá o cair da tarde com toda sua ternura e uma noite
estrelada onde tudo pode acontecer.
Refaço
caminhos, conto história para por meu ego em dia e lembro-me do café com chantilly,
do teatro em tarde de mimo, da movimentação noturna e de uma fada madrinha que
veio me avisar que o amanhã é logo ali depois do hoje.
Faço
planos do que ainda não sei, mas do que gostaria de ser. Escrevo contos para
revelar a minha alma. Vou enfrentando os fantasmas do dia a dia e vou
degustando devagar os momentos em fantasia que a vida por merecimento ou por
descuido vai me ofertando todos os dias e não me esqueço de agradecer.
De
onde poderão vir às convicções contidas em meus sonhos? Quem sabe das mudinhas do
amanhã que plantei em meio a várias orquídeas como companhia, imaginando que tenham
crescido e possam embelezar o jardim que todos os dias construo em meus
pensamentos. A vida na verdade é uma grande fantasia onde cabem todos os
sentimentos e é o coração que vai determinando o que fica e o que servirá
apenas como ótimas lembranças.
Que
o começo não seja o fim do que é, tampouco o rompimento de algo que ainda nem
aconteceu, mas que seja o encontro de todos os momentos, na construção de um
amanhã, regado por músicas, colorido por várias flores e encantado por uma fada
que fará com que nossos corações batam mais forte.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Para um bom entendimento tecnopolítico, que possibilite uma
análise mais criteriosa do momento político e social, assim como para a criação
de estratégias para possíveis enfrentamentos, se faz necessário saber fazer uma boa Avaliação de
Conjuntura. Além disso, uma pesquisa científica e um bom diagnóstico local poderão
ser essenciais para a tomada de decisões mais próximas da realidade.
Temos o mundo nas redes, mas pouco, sabemos utilizá-las como
instrumentos de informação e de preparação organizada para os enfrentamentos das lutas do dia a dia. Vivemos
conectados dia e noite, mas em grande parte só nas relações pessoais, Como se vivêssemos
num mundo paralelo. Falta buscarmos nas redes seu papel político de trabalho integrado
em rede que a direita sabe utilizar tão bem.
Enquanto vida em grupo online, as redes prestam um grande
serviço, embora repetitivo, pois se é verdade que apenas mandar notícias pode
não levar a nenhuma situação prática que intervenha diretamente no processo político
atual, por outro, é um ato de militância política informar o que está ocorrendo
em primeira mão, além que diante da pandemia, em pleno crescimento, não dá para
sairmos às ruas a qualquer hora, achando que vamos consertar o caos que vivemos
ou ainda festejarmos o que vier pela frente, pois numa dessa a pandemia pode nos
levar para onde não queremos ir tão cedo, ou ainda levarmos o vírus a tira colo
para outras pessoas, o que é muito mais grave.
Entender o cenário atual não é para amador@s. É uma luta diária
contra um sistema excludente que existe para apenas um terço da população. Outro
terço imita quem tem e serve de manutenção ao primeiro e o outro terço nada
tem. Além disso, há uma guerra política, de todas as matrizes ideológicas, pela
disputa de pequenos poderes em nome da população. Uma parte da esquerda de caso
com a direita. Uma baleia golpista no caminho, um monte de golpistas usando a fé,
como mercado de trocas e assim caminhamos rumo a 2022.
Escrevendo isso me lembrei de algo que falei a um
“capataz” enlouquecido na Prefeitura de Hortolândia, que se achava em pleno
poder delegado e que tinha se revelado o monstro que era ao lidar com as
pessoas que trabalhavam no setor. Chamei a criatura e disse: “Para você pensar em casa: O poder é como um
saquinho de algodão doce colorido. Logo acabará sua festa”. Seis meses
depois ele me procura, quase chorando, e me diz que tinha entendido o meu
recado, pois estava sem poder algum e sem o “canto da sereia” que o deixara
inebriado. Como dizia Carlos Matus “O teu poder é emprestado pelo povo”.
O que podemos fazer? Aprofundarmos o conhecimento político
é um caminho. Organizarmos Fóruns Populares Participativos é outro, além de
lutarmos por transparência nos espaços políticos que participamos, inclusive nas
instituições, organismos e nos partidos e suas tendências, onde apenas quem comanda
sabe do que acontece e nos passa somente o que podemos saber. Defendo a ideia
que compor junto significa: avaliar, discutir, planejar e construir os
referenciais de enfrentamento juntos e juntas, pois o que foi combinado nunca
foi caro, mas o que não é, tem um preço impagável pelo resto da vida.
É inegável que estamos no caos de ladeira abaixo em alta
velocidade. A dúvida é como resistir de forma organizada, com pessoas que
saibam o que estão fazendo e não mudarão de lado ou abandonarão a luta em troca
de um cargo.
Creio que a construção de um projeto de organização
popular com seus organismos e a formação política continuada voltada a que
sociedade temos e a que sociedade queremos, seja um dos caminhos mais viáveis, assim
como planejarmos ações que promovam a cidadania, intervenha nos bolsões de
miséria e esteja na ala de frente contra todo tipo de discriminação e desigualdade,
seja o ponto central para caminharmos rumo ao sonho de uma nova sociedade. Um
projeto a várias mãos nutrido pelas nossas utopias e mantido pelos sonhos de
pessoas que vieram ao mundo para servir.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
De
vez enquanto eu necessito fazer algumas viagens mentais pelo interior da minha
existência. Como uma longa caminhada pelas veredas da vida. Uma forma de eu ir
ajustando contas com a minha consciência, fazendo um balanço das minhas ações e
pensamentos e trabalhando a realidade existente, com a preocupação de não perder
o foco das necessidades eminentes e principalmente imaginar o que serei no
futuro e com quem poderei contar.
Ontem
fiz algo inédito para o meu dia a dia. Junto com outras pessoas, fizemos uma
trilha de três horas e meia por mata fechada e em pleno contato com a natureza.
Procurei falar pouco durante o percurso, pois o que eu queria mesmo era
saborear o cheiro de mato verde e das folhas secas que pisávamos ao percorrer a
trilha. Além disso, queria refletir sobre a vida, sobre a minha existência e
sobre tantas coisas que estou vivenciando. O que é real ou fantasia. O que conseguirei
fazer em termos de oficio sem por minha dignidade em jogo. Enfim... Muitas
coisas... O bom é saber que nada acontece por acaso.
Cada
obstáculo que ia encontrado pelo caminho era como se fosse algo dentro de mim
que tenho que criar, recriar ou enfrentar diante de tantas decisões a tomar e
poder em breve saborear o que plantei e que vou colhendo lentamente em dias de
sol de muita luz ou mesmo em dias de tempestades. Cada detalhe da mata e seus
segredos vinham como uma nova possibilidade. Como algo novo. Como um encontro
com a natureza e com sua resistência em sobreviver.
Essas
inquietudes cotidianas me levam a alguns pensamentos: Quem de fato somos? O que
há dentro de nós que vale a pena ser duplicado? O que precisamos mudar para nos
aproximar do que sonhamos? Qual será o próximo capítulo da nossa vida a ser
escrito para a nossa história? Quem fará parte dela? Que caminhos trilharmos
para que a viagem continue sendo prazerosa?
Em
busca de respostas chego à conclusão de que vivemos de momentos. Somos
momentos. Vivemos tentando entender o próximo passo, como uma busca constante e
também buscando entender o que cada pessoa que se aproxima de nós busca de fato
ou o que buscamos junto com elas ao ser permitido como uma ação compartilhada. Vivemos
em pleno diálogo com os outros “eu” que habitam dentro de nós, em busca do equilíbrio
e procurando entender e mediar as reações de cada um deles em seus diversos
momentos.
Em
resumo, somos o que somos. Somos a extensão dos nossos pensamentos. Somos o que
plantamos. Somos o resultado das nossas escolhas. Somos vida nova para muita
gente e apenas lembranças para outras. Somos luzes no caminho de algumas
pessoas e o pensamento vivo que pulsa em alguém que nos adota como uma flor que
nasce em seu coração. Assim é a vida. Requer antes de tudo uma profunda
observação para entendermos as nossas reações.
Hoje
não tenho dúvidas que vir ao mundo para servir é uma grande prova de amor. Algo
épico que se materializa nas pequenas ações que vamos realizando, que de alguma
forma enfrente o caos, sirva de alento para o momento que passamos, além de
trabalhar a esperança como elemento vivo de um mundo utópico onde não haja
exploradores e nem explorados.
Assim
caminhamos. Ocupando terrenos não habitados, plantando junto com sonhadores e
sonhadoras, sonhos que nos servem como alimentos e nos alimentando do que as pessoas
céticas chamam de “doces ilusões”, mas para nós, sonhadoras e sonhadores, é a
prova viva das nossas existências.
Que
consigamos vencer as tempestades internas que habitam em nós e possamos juntos
e juntas apreciarmos o arco íris que por certo virá dar o ar da graça quando a
tempestade passar e chegarmos à “terra prometida”.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Vivemos
dias impensáveis com uma pandemia que continua matando devido ao abandono dos
governantes a uma população que já se acostumou com o vírus e continua sua
rotina profissional por necessidade e social e de lazer por opção. Uma sociedade
em crise de identidade, afetada pelo ódio de classe e político, separada pelo
econômico, confinada nas igrejas e doente pelo vício das drogas, bebidas e
também pelo vício das redes sociais, que segrega pessoas e invade o universo de
muita gente do acordar até na hora de dormir.
Ninguém
nasce com preconceito ou com ideia de superioridade. São comportamentos construídos
socialmente a se começar pelo núcleo familiar, que indicam uma postura
política-ideológica de dominação, principalmente de uma supremacia branca que
se impõe através do econômico e constrói o processo separatista ainda presente
claramente nos dias de hoje. Porém o pensamento burguês ultrapassa as
fronteiras e os limites e se individualiza.
Perdi a conta de quantas vezes eu sofri discriminação e preconceito devido a minha origem nordestina, meu físico ou meu estado econômico-financeiro, ou ainda fui ignorado. Ainda hoje passo por situações inconvenientes, quem sabe pela idade, questão econômica ou ainda por outras questões que desconheço. Algo que sempre me tira o chão quando ocorre.
Como descrever uma situação dessas? Ouvi um relato de uma pessoa que nos dá uma impressão de como isso chega ao nosso ser: “Sinto um frio que invade a alma e me faz sentir um verdadeiro “puxadinho” da minha existência”. “Algo prestes a cair diante de alguma tempestade da vida”. Podo-me no lugar da pessoa me passou um filme pela cabeça de tantas coisas que já passei nessa direção.
O
que nos resgata nessas horas é a nossa história de vida aliada aos amigos e
amigas que nos encoraja e nos faz caminhar, além da consciência política que
nos faz enfrentar a situação se necessário for, custe o que custar. Porém é um sentimento que se
aloja dentro de nós e alguns ficam para sempre como um alerta dos diversos "cantos das sereias".
Do
ponto de vista filosófico, o preconceito é um problema ético de grande
relevância, pois além de criar vários problemas, invade a individualidade
alheia, além de ser um desvio ideológico ou uma posição ideológica. Algo presente em
larga escala no campo da extrema direita e da direita, mas infelizmente também de
alguma forma, em menor proporção, no campo da esquerda. Afinal é uma manifestação de poder.
Bobbio afirma que o preconceito se constitui
de uma opinião errônea (ou de um conjunto de opiniões) que é aceita
passivamente, sem passar pelo crivo do raciocínio, da razão. Ele chama a
atenção para a diferenciação do preconceito individual e do coletivo, quando um
grupo social apresenta um juízo de valor negativo sobre outro grupo social,
onde a tendência é sua ampliação.
Negros e negras, pessoas homo afetivas,
pessoas pobres, nordestinos e nordestinas e índios e índias são as pessoas mais
afetadas em termos de preconceito e discriminação, porém normalmente quem tem
recursos financeiros discrimina quem não tem a se começar pelas diversas formas de
ostentação.
Há uma gigantesca pedra no caminho da paz na
convivência com situações como essas e no sentido de removê-la recorro à
história de todas as pessoas que deram suas vidas na luta por uma sociedade
onde não haja preconceitos ou qualquer forma de discriminação, além de me
juntar a quem continua na luta, em posição, ora de defesa e ora de ataque,
porém o importante é que eu nunca me sinta superior a ninguém, pois ninguém é
Senhor de ninguém, como bem afirmou o Capitão Lamarca na carta aos filhos..
Às vezes a única coisa que nos resta é
poetizar a situação. Olhar o dia chegar e acompanhar sua trajetória até o por
do sol e esperar que a vida nos faça sermos luzes em caminhos onde a treva
predomina. Eu sou luz e você?
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Todos
os janeiros pós-eleições municipais nos 5.570 municípios do país ocorrem os
mesmos fenômenos recorrentes: o apontamento dos erros da gestão passada pelo
grupo vencedor e o grupo perdedor desqualificando, do ponto de vista técnico, a
composição política exitosa. Isso ocorre até quando dá continuidade de
governos. Apontar o erro do passado é uma necessidade dos que chegam. Porque
chegam com a premissa do mito fundador da política, que é a mudança. Todos os
políticos de todos os partidos prometem mudança nas campanhas. Até os que vão
para reeleição prometem alteração na gestão. Até aí tudo quase bem. Normal.
O
problema se agrava quando quem ganha não assume e quem perdeu parece não querer
entregar. E, saliento e oriento: quem perdeu não tem mais o que perder. Mas,
quem ganhou tem.
Quem
ganhou, ganhou para trabalhar. Para consertar os erros. Para apontar o que
estava de errado também, judicializar se for o caso, mas, antes de tudo apontar
e implementar as soluções. Não ganhou para reclamar.
Uma
das novidades deste 2021 é o uso exagerado do WhatsApp, por onde passarão as
fotos de carcaças de veículos, de estradas esburacadas , áudios de salários
atrasados, de rombo nas contas etc.
Vencedores,
esqueçam os grupos. Vocês (me digiro a todos os municípios brasileiros) não
ganharam para reclamar. Ganharam para consertar o que tiver de errado. Não se
limitem a somente apontar os erros e nem usem deste instrumento como desculpas
para não fazer. Gestar é diferente de ganhar e a cadeira do poder tem brasa.
Queima muito e passa rápido.
Ter
um planejamento estratégico a partir do Programa de Governo registrado no
Cartório Eleitoral, que se torna, doravante em Plano de Governo é a tarefa
primária da gestão. (Plano Plurianual não é um Planejamento Estratégico de
Governo) Construção do que se elé conhecido como os 100 dias rosweltiano
(avaliação da gestão nos primeiros 100 dias), composição de uma equipe de
trabalho e capacitá-la para a função a ser exercida é primordial. Capacitar
sim. E capacitar todos. Inclusive o gestor eleito. Na grande maioria dos
municípios brasileiros não se usa a capacitação e o planejamento como elemento
necessário para a gestão. Erram por isso e pagam num período de 4 anos somente.
E paga-se caro, geralmente. O que acha que sabe tudo é o que menos sabe. Quem
ganha a eleição é o político, não o
gestor. O gestor precisa de se capacitar e de capacitar a sua equipe para a
condução de uma gestão qualificada. Quem perdeu vai apostar no desgaste. E está
correto. Quem ganhou tem de apostar no êxito. Mas, fazer o mesmo de sempre e
querer resultados diferentes é uma contradição existencial e política.
Eu
já tive nos dois lados. Do lado que ganhou e do que perdeu. Sei o quão é
difícil. Difícil para quem perdeu e tem de ajustar as vidas, inclusive dos
seus. Mas, o lado do vencedor é muito mais difícil. É desafiador.
Às
vezes quem ganha não tem entre os seus políticos pessoas com capacidade técnica
para a assunção dos cargos. Eu digo: “coloque os políticos e capacitem”. Os que
não desejarem se capacitar para a gestão, infelizmente na cabe ou deva caber na
gestão. Estou falando desde o menos relevante
ao mais importante cargo. Todos os cargos na gestão são cargos
políticos. Não há nenhum cargo técnico.
É
preciso de ter metas, objetivos entendidos, método de trabalho, metodologia de
avaliação constante e aferição dos resultados, pelo menos trimestral. Fazer
diferente é investir no erro. E, se valer dos grupos de WhatsApp para reclamar
que a gestão passada deixou um buraco não é somente equivocado. É desastroso.
Especialmente em seus resultados políticos-administrativos. A população não
está interessada neste assunto do que ficou. Está querendo quem resolva os seus
problemas. Para isso elegeu esta gestão.
Quatro
anos passa rápido para se perder tempo reclamando e não apontar soluções. É preciso
agir. É preciso qualificar a gestão. A gestão precisa de apresentar resultados.
O gestor precisa alcançar estes resultados. A política e o político vivem
disso.
Jocivaldo
dos Anjos
Salvador - BA
Para não dizer que não
conheço nada do exterior, conheço alguma coisa do Paraguai e da Bolívia. Algo deprimente
e pobre perto de quem conhece grande parte do mundo, mas ao mesmo tempo me
sinto gratificado e rico por conhecer alguma coisa de uns e bastante de outros,
dos 21 estados que fiz trabalho pela Fundação Perseu Abramo e dos 23 que
conheço.
São cidades para se sonhar
acordado e se sentir fora do Brasil. Porém ao voltarmos à vida real o que temos
na extrema maioria são cidades que não foram projetadas e planejadas para todos
e todas. Apenas para um pequeno setor. Cidade que vive vários conflitos onde o
maior deles é o da terra ou a falta dela, desde as primeiras privatizações em
1850 com a primeira Lei da Terra e hoje, 170 anos depois, praticamente a terra
foi parar nas as mãos de 1% da população. A pergunta é: quem invadiu o que e em
nome de quem?
A vida urbana no formato que
temos hoje foi composta pela necessidade de sobrevivência, primeiro pelos
trabalhadores e trabalhadoras que tiveram que abandonar suas localidades de
forma forçada e depois pela pobreza urbana que foi ocupando os morros por falta
de política habitacional e outras políticas. Esse é o Brasil real. Um
encanto aos olhos de pouca gente endinheirada e grandes tarefas para a
maior parte da população.
No
interior dessas contradições nos encontramos a reivindicar e lutar por outra
forma de civilização. Por uma cidade e campo que queremos em defesa da
agricultura familiar. Por novas formas de ocupação e principalmente por uma
sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas. Sonho ou fantasia? Como
dizia Paulo Freire, prefiro acreditar ser uma utopia que nos move a continuar
lutando, mesmo com nossas dificuldades e contradições de unir uma esquerda que
só pensa na disputa de pequenos poderes e não se junta numa frente para lutar
contra todas as desigualdades. O poder burguês ainda ocupa as mentes e os
corações de muita gente que se diz lutar por uma causa.
Uma
coisa é certa. Continuamos muito distantes dos nossos sonhos e há anos luz das
nossas utopias. Uma situação movida pelo nosso individualismo. Porém quem veio
ao mundo a trabalho e para servir, continuará a doar sua vida se necessário for
e grande parte do seu tempo na construção de uma terra sem amos, sem exploradores
nem explorados, lutando pelo Bem Comum.
Viva
todos e todas que estarão juntos e juntas em 2021, lutando contra toda forma de
discriminação e principalmente contra todas as formas de se ignorar o ser
humano fazendo-o nem existir para o mundo real.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
O conteúdo
do filme “O Dilema das Redes” é algo inquietante e preocupante, pois revela com
exatidão como as empresas nos usam e manipulam, além de deixar no ar que o
comportamento das pessoas em rede está se tornando uma grande doença social, que
faz as pessoas abandonarem seu convívio e ficarem dia e noite presos e presas a
um mundo virtual onde não há limites e nada que dê conta. Muito ao contrário.
Cada vez se abre um espaço novo ou uma rede nova e como ficar fora de uma onda dessas?
Praticamente impossível!
Segundo
o filme o sintoma se apresenta visível e de forma clara, principalmente na hora
de dormir e das refeições, onde as pessoas põem com uma mão a colher na boca e
com a outra dedilha para ver o que o Facebook, Instagran, Whatsapp e tantas
outras trazem de novidades ou que resposta as pessoas deram para as mensagens que
enviamos. Conta uma lenda que as redes acompanham as criaturas viciadas até no banheiro
na hora das necessidades. Será? Custo a acreditar...!!!
Na
verdade estamos diante de vários dilemas a começar por um vírus que parece não
ter fim, mas que as pessoas já se acostumaram a conviver com ele de boa e não
pouparam as festas de final de ano com suas aglomerações familiares sem máscara
e sem nenhuma medida de proteção. A partir desse cenário o Bozo tem razão
quando afirma que se trata de uma gripezinha. Na proporção o Brasil chegou a
7,5 milhões de pessoas infectadas e os números de mortes, mesmo fazendo uma
correção sobre os ditos oficiais, chegará a 250 mil, o que significa apenas
3,3% das pessoas infectadas. Ou seja. Quase nada para um genocida que defende a
morte em seu discurso diário.
Na
sociedade de consumo e de grife que vivemos somos divididos e classificados pelo
que temos e possuímos ou não e agora as redes sociais nos classifica por idade
ou pela nossa intelectualidade. O Facebook como uma comunidade de pessoas
velhas, o Instagram de jovens e o Twitter da galera intelectual. Verdade ou
mentira? Infelizmente se trata da mais pura verdade. Hoje temos até vergonha de
dizermos as redes que frequentamos, pois passamos como bregas ou
desatualizados. Que loucura...!!!
Que
fenômeno ou comportamento é esse que estamos vivendo? O que esperar dos novos
tempos? O que sobrará das nossas relações presenciais? Podemos chamar tudo isso
de doença social? O que fazer para voltarmos ao normal?
Há
estudos que afirmam que há um sentimento narcisista no comportamento das redes,
principalmente pelas pessoas conseguirem medir suas audiências e evidências, se
sentirem importantes ao participarem de uma live, ou mesmo de afagarem seus
egos ao verem dezenas de figurinhas amorosas em resposta as suas mensagens e ao
responderem na mesma proporção. Ou seja. O prazer a um clique de sua imaginação
como nunca se havia pensado.
Vale
salientar que principalmente num mundo em pandemia, esses espaços vieram para
ficar. Porém quem exagera nas redes a seu bel prazer, acaba subtraindo grandes
momentos da vida com alguém. Não há espaço para as duas coisas ao mesmo tempo.
Pelo menos de forma presencial.
Escrevo
e me incluo também no contexto, como um alerta ao vício, como uma forma de
protesto quando ocorre comigo e como uma busca de saber como administrar para
que eu também não vire um total viciado virtual.
O
que seremos no futuro virtual? O que sobrar desse mundo de Big Bhother. O que as
relações de afeto sobressaírem e o que os corações suportarem.
Que
as nossas relações reais sejam mais consistentes e verdadeiras que o vício virtual
e que possamos usar as redes como ferramentas de suporte e não como a nossa
própria vida. Que assim seja!!!
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Faça chuva ou faça sol
Em primeiro de janeiro
celebremos a esperança!
Que perdure o ano inteiro!
Nos ensina Paulo Freire
Esperançar é se mexer
Levantar, não desistir
E fazer acontecer
Jamais ficar esperando
Que o acaso um belo dia
Transforme em realidade
Nossa linda utopia
Buscamos um mundo novo
Com justiça social
Com pão em todas as mesas
O bem vencendo o mal
Ano novo, novos planos
Ou talvez só outra etapa
De um projeto iniciado
Talvez, do livro, a capa...
Precisamos só lembrar
Que a luta já profetisa:
Só somando nossas forças
Que o sonho se realiza
E essa nova humanidade
Que estamos a construir
Sem maldade e violência
Sem chorar, mas, sim, sorrir
Portanto, sigamos juntos
Sem parar de esperançar
Pois, ao final e ao cabo,
A batalha vamos ganhar
Estamos
no limiar de mais um novo ano e com ele sempre vem um balanço do que não fomos
capazes de realizarmos no ano que finda e logo vem os sonhos com várias situações
novas e desejadas para o ano que se inicia. Uma viagem anual entre o mundo real
e a doce ilusão de que a vida faça uma curva nos rios da vida e ancore
justamente onde nossos pensamentos ousaram passar.
Apesar
de todas as incertezas que nos vem à mente, pois não temos o controle da vida, vivemos
na construção e expectativas de como será o nosso amanhã. Fazemos planos, convidamos
alguém para ouvir uma música juntos e caminhar conosco e também achamos que podemos ir muito além do que
já fomos. Um cenário sempre próspero, carregado de boas memorias e de esperança
de uma vida melhor.
Se
fôssemos desenhar o que sonhamos nesse momento, quem sabe o Hoje seria a linha do horizonte e
o Amanhã o próximo passo ao rompermos a imensidão de nossas emoções, rumo às
realizações que a mente gera e o coração alimenta.
Descobrimos ao longo da vida que podemos ser lenda para a história, momentos de amor para algumas pessoas e a vida que se
soma a alguém em casos muito particulares e raros. Somos o tudo e o nada diante
das expectativas alheias e muitas vezes passamos por situações que só o coração pode
explicar. A única certeza que temos é que o hoje e o agora existem e isso nos
faz acreditarmos que o amanhã está logo ali na dimensão da nossa imaginação e
quando ele chegar voltaremos a ser crianças novamente e brincaremos de
felicidade como num banho de chuva.
Para
os seres que transitam na vida em curso individual, o amanhã não existe. Somente
o hoje, assim como o amor como desenhamos um dia, que vai sendo substituído apenas
por momentos. Ora por prazeres momentâneos e ora por algum prazer duradouro,
porém para quem vive de emoções e sente o coração pulsar, consegue enxergar o
amor até num voo solitário de um pássaro em busca de um pouso seguro. Quem sabe
a grande missão humana seja buscar o amor além dos desejos temporários, como
uma eterna magia que altera todo metabolismo e nos faz acreditarmos que o
melhor ainda está por vir.
Às vezes necessito emudecer e sair de cena como uma condição humana necessária de sobrevivência emocional e de busca de equilíbrio.
Depois eu me refaço e sigo na caminhada em busca de me fazer presente. Uma coisa é certa. Só temos mesmo o que
de fato conseguimos conquistar. No mais vou me alimentando dos meus sonhos e buscando energia nas minhas utopias visando o amanhã.
Há
evidências de que buscamos para o nosso amanhã reconhecimento em termos de
vida, resultados do que plantamos, resiliência e um caminho florido para o
coração. Afinal morremos todas as vezes que somos ignorados e ganhamos mais um tempo de
vida quando fazemos a diferença na vida de alguém ou sentimos que chegamos e ancoramos em seu coração.
Na
dúvida plantemos flores, mesmo sem a certeza de que poderão compor o nosso jardim.
Ontem eu plantei Trevo de Quatro Folhas e algumas Orquídeas para que nos
momentos de solidão e carências da vida, possam elas me fazer companhia. Normalmente
as plantas reagem de acordo com a nossa presença e carinho na vida delas.
Que
vocês encontrem e plantem lindas flores nos caminhos que trilharão em 2021, apenas
com o cuidado de regar todos os dias, adubar a terra e oferecer uma dose de
carinho diária, como o amor necessita para criar raiz.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Particularmente,
vivi um ano com perdas muito doloridas, seis meses de reclusão devido à
pandemia e mais dois com algumas dores vindas não sei de onde, mas com algumas
conquistas também muito prazerosas, onde entre elas está terminar vivo o ano de 2020 e
bem. Um grande motivo para se comemorar a vida!
Descubro
diariamente, entre um sonho e outro, que precisamos sempre nos reinventar. Ninguém
é tão completo e dono ou dona de uma verdade absoluta, que não precise de uma formatação
e reciclagem permanentes. Vivemos em busca do que nos faz bem e de fazer bem a
quem convive conosco, que nem sempre é um caminho fácil ou acertamos, mas que tem como segredo continuarmos a nos refazer e não desistirmos.
A
vida nos ensina que somos compostos por defeitos e qualidades. Caso mirássemos
apenas nos defeitos das pessoas não se conseguiria viver com ninguém, pois todos e todas temos defeitos. Porém são
as virtudes e qualidades que nos movem, que nos comovem e nos faz querermos amar,
vivermos e convivermos com as outras pessoas, independente de seus defeitos, aos quais podemos dialogar. O
mais interessante é sabermos que isso ocorre diariamente diante da nossa incapacidade de
enxergarmos os nossos próprios defeitos.
De
uma forma geral, vivemos hoje diante do caos, numa situação onde vida e morte estão
presentes diariamente diante da pandemia que atingiu o mundo, além da convivência forçada com os genocidas de plantão. Vivemos
numa sociedade em crise permanente de identidade, onde o ter e a ostentação se impõem
como regra em detrimento do ser, que é quase nada aos olhos de quem tem. Somos em
muitos casos apenas fragmentos em luta por um espaço de existência, onde as
redes sociais consomem o tempo e substituem um carinho, uma conversa ou um momento,
nos fazendo seres individuais e em certos momentos até egoístas. Precisamos regar as nossas plantas e cuidarmos do nosso jardim para que a vida floresça.
A
partir desse cenário várias perguntas nos vêm à mente: Como seremos no ano que
se aproxima? Quem estará conosco? Qual será nossa missão? Estaremos vivos? O que aprendemos
nesse ano tão complexo? Como administrar nossos conflitos pessoais para que
eles não afetem ou interfiram em quem está conosco? Enfim... São perguntas de
respostas complexas que só o tempo nos ajudará a responder.
Porém,
quero diante das minhas incertezas e diárias introspecções e reflexões, deixar uma mensagem de esperança nas caminhadas do ano vindouro.
Um
dia o sol se apaixonou pela lua, mesmo sabendo que não podiam conviver
diariamente e teriam que esperar ansiosos por um eclipse que seria o único momento a se encontrarem e conta a lenda que seguem juntos até hoje. Uma simbologia que muito nos ensina. Um exemplo de como tirar o
melhor proveito de algo que não se tem ao todo, mas que pode representar uma
eternidade se bem vivido. A vida é assim. Ter tudo às vezes não significa nada e às
vezes não ter nada pode significar o recomeço ou a busca de uma nova era.
Que
tal celebrarmos as expectativas dos momentos que virão com base nas nossas utopias? Aprendermos a dar valor
ao que temos, com a certeza que não chegou ao acaso. Degustemos o que a vida
nos oferece diariamente, como resultado de nossas escolhas. Vale lembrarmos que nada podemos fazer com o passado que se foi, mas podemos mudar o ciclo e o
rumo da vida ao mirarmos no futuro que virá. Mirar o futuro é uma necessidade.
Que uma fada madrinha esteja comigo em todos os momentos de 2021 e me ajude a enxergar o que de fato vale a pena. Caminhemos juntos e juntas para daqui a um ano comemorarmos em vida todo percurso que viveremos no ano que se aproxima.
Feliz Ano Novo! Feliz caminhada e Feliz chegada aos nossos sonhos.