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terça-feira, 13 de junho de 2023

O desafio de governar com a opção pelos pobres...

Já vimos esse filme antes, quando a Igreja Católica Latino-Americana, há 55 anos adotou a Opção Preferencial pelos Pobres e teve a Teologia da Libertação como grande eixo para os trabalhos sociais das Comunidades Eclesiais de Base, que prestou um grande serviço de formação e organização popular ao mundo progressista da fé.

Como reação, o mundo conservador da fé manteve e mantém até hoje, um implacável caminho de perseguição e punições. Isso resultou no surgimento e articulação de setores sombrios da igreja católica e a importação das igrejas pentecostais dos EUA, tendo a Teologia da Prosperidade como grande eixo em contraposição à Teologia da Libertação. Vende-se a ideia que quanto mais você reza ou ora e investe na fé, mais fica próximo de ser rico ou rica. Um viés de exploração pelos falsos profetas, que acaba desaguando na tal da meritocracia, que transfere às pessoas o ato de ser ou não bem-sucedida.

O país sempre viveu de absurdos. A ditadura militar substituiu o revolucionário Método de Alfabetização Paulo Freire que alfabetizava em 40 dias, pelo ridículo Mobral, além de trocar OSPB por EMC (Educação Moral e Cívica). Tratava as pessoas analfabetas como se fossem emburrecidas e sem valor algum. O Mobral não alfabetizava ninguém.

Porém, o agente político mais perigoso em curso é o PIG (Partido da Imprensa Golpista), que atua como uma ferramenta do sistema contra os movimentos sociais, instâncias de luta e os partidos de esquerda, mas seguiram de cabeças baixas no tempo do genocida.

Já com Lula é muito diferente. Existe um comando de ódio articulado pelas seis famílias abastadas que comandam o mundo da imprensa escrita, falada e televisionada, além das redes sociais que o buraco é bem abaixo, pois se trata de um comando internacional.

Para a trupe fascista e seus aliados Lula é o ladrão eleito, que merece um golpe ou o impeachment para não governar e o “mito” racista, fascista, assassino de índios, paquerador de meninas de 15 anos, genocida que matou milhares e que está envolvido em dezenas de escândalos e desvios de verbas um “santo”, que merece ser inocentado de seus vários crimes. Defendemos sua condenação e prisão já sem anistia.

Apesar dessa gente enlouquecida, amanhã será um novo dia. Por quatro anos comeremos melhor, teremos mais direitos, ouviremos quem nunca teve voz e veremos Lula ser recebido em qualquer lugar aonde for, pois fala a língua dos humanos em nome da paz e não a língua das trevas, que prega a desavença e o ódio permanente.

De algo eu sempre vou me orgulhar. Sempre estive do lado certo da história, junto com sonhadores e sonhadoras que sonham e lutam por um mundo justo sem explorados e sem exploradores, onde o direito de justiça e liberdade venha antes do que o que se acumula nas contas bancárias e onde o ato de viver bem seja melhor que sonhar...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social 


segunda-feira, 29 de maio de 2023

Um reencontro com a luz do sol...

 

Um momento inesperado. Uma pausa na vida para enxergar a própria vida, que pulsa e pede mais atenção. Quem sabe seja para rever prioridades. Um acalento ou acalanto para a vida que segue com toda sua pujança rumo a dias melhores e um reencontro emocionante com a luz do sol, que entre nuvens vem dar o ar da graça e aquecer o corpo e a alma que pedem mais.

Vida que te quero vida, tu andas corrida e de repente o espelho da vida nos põe em contato com os detalhes, esquecidos quando achamos que a vida é eterna e nem temos tempos de enxergar.

O tempo passa numa dualidade de transição. Ora de forma bem lenta e ora numa velocidade que assusta, pois quando descobrimos já vivemos décadas. O que foi já foi, mas é com base no que ainda possa vir, que estão contidos os sonhos e toda grandeza das nossas utopias. Dizendo que o mais importante é que temos vida e ainda tem o hoje, o amanhã e o depois de amanhã...

Tudo passa, como dizia minha mãe, como se isso justificasse tudo que passou. De repente a vida vai fazendo uma seleção natural e vai ficando apenas o que nos dá motivos para viver, nos lembrando que ainda é tempo de novos luares, fogueira de São João, um drink com amigos e amigas e de reescrever novos capítulos para a história de vida que é o que deixaremos.

Imperfeito que sou ainda tenho medo da solidão, da escuridão e dos medos dos tempos de criança, onde um barulho mais forte no canavial escuro enchia minha mente de fantasmas, existentes apenas em minha imaginação. Quando abria os olhos era o dia seguinte, onde por muitas vezes os planos escapavam pelos vãos dos dedos por tudo que ainda viria a acontecer.

Um toque com perfume leve no ar de uma flor que nasce. Um jardim que cresce em plena alma em homenagem à vida e uma canção ainda a ser cantada quando uma nova amanhã de sol chegar com seus raios dourados completando a natureza.

Pensando bem viver é melhor que sonhar, como bem dizia a canção cantada com a alma por Elis Regina, pois viver nos põe em xeque constante e em contato com o ato de sonhar e é ele que nos faz vencer a escuridão, peitar os medos e encher os pulmões de ar esperando um novo reencontro com o sol.

Bem-vindo sol!... Você enche de cores e luzes o desenho de vida que acabei de pintar...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


domingo, 28 de maio de 2023

Acidente de trabalho não é culpa da vítima...

 

Toninha  Carrara (PO)

 

Quando acontece um acidente
O patrão, incoerente
Tem coragem de afirmar,
que a culpa é do trabalhador
Ora, culpa de quê, meu senhor?

Culpado pela sua própria dor,
Culpado por descuidar do amor
Culpado por ficar doente, de tanto trabalhar...
Culpado pelo acidente... por se machucar

No acidente de trabalho, o operário se martiriza,
a saúde se fragiliza, a vida se esvai.
Na insegurança, se queima, se corta, se envenena e cai

Não saiu de casa pra isto.
Saiu para ganhar a vida e não para tê-la roubada
O sistema de ganância do patrão,
que não investe em segurança e proteção
Quer provar que ele teve ação descuidada
E que é culpado pela própria vida tirada.

Mentira, calúnia, infâmia. Passa fora, patrão desavisado
Não vês que ninguém se machuca ou morre de caso pensado?
Mentira, calúnia, infâmia. Passa fora, maldoso patrão
Bem sabes que a culpa é tua, que economizas com proteção
Bem sabes que tirar a vida, para ti é cotidiano
Mal sabes que os trabalhadores pouco a pouco vão te desmascarar
Pois já começam a compreender e muitos a denunciar

A boa nova se espalha e tem que se espalhar
Que pelos acidentes, cabe às empresas se responsabilizar
Que elas cuidem direito de seus funcionários
para não morrer e não se machucar
Que morte em trabalho não é morte morrida.
É morte matada porque poderia, de todas as formas, ter sido evitada.

Corre patrão ......... Corre patrão!
Que operário cristão entende que a história não para na Cruz
A história da classe, assim como Jesus,
tem sua glória e vitória no Reino de Deus e na ressurreição!!!

 

Antônia Carrara (Toninha)
É mãe de duas filhas. 
Jornalista e professora aposentada. 
Escritora e compositora popular.
Atua na Pastoral Operária desde os anos 1980.
É trabalhadora voluntária junto aos grupos de Economia Solidária.

 


segunda-feira, 8 de maio de 2023

Pensar e sentir no que ainda poderá vir...

 

Ao fecharmos os olhos e nos voltar aos nossos pensamentos, promovemos em nossa mente uma pequena viagem interior, onde todos os EUs contidos dentro de nós entram em ebulição e juntos promovem momentos de ampla reflexão ou de prazer pela vida.

Para Freud o pensamento é a “ativação” ou “inibição” de sensações associativas de origem nervosas e neurais. Ou seja, é por onde transita as nossas emoções. Quem sabe o desafio seja de como lidar com elas ou como tirar delas seus melhores exemplos.

Hoje me pego pensando no que diferimos de muitos animais tidos como irracionais. Quem sabe seja a possibilidade do ato de pensar, que vai nos mostrando o passado, presente e o que ainda poderá vir ou não. Quando os pensamentos se transformam em ação acaba nos revelando quem somos, com todas as nossas forças e fraquezas.

Vivemos num mundo em descompasso, sempre à espera do caos, com pouca luz interior, rodeados de muitas pessoas perdidas, disputando o nada, buscando confundir as mentes alheias e brincando de amar, como se o amor fosse apenas um momento e como se existissem várias vidas, onde fosse possível com um simples toque (a la Midas), emendar um cenário em plena desconstrução pela ganância e pela disputa de poder.

Que mundo você projeta para o que ainda lhe resta de vida? Que mundo você constrói em seus pensamentos ou em suas práticas, mesmo sabendo que estamos divididos no campo dos valores, princípios e principalmente na luta diária entre o Ter e o Ser?

Quem acha que pratica o bem convivendo ou dando espaço em seus pensamentos e práticas ao mal, mais cedo ou mais tarde descobrirá que jogou fora um tempo precioso para a construção de marcas e ao invés disso vai deixando apenas rastros em sua vida.

Viver é isso. Um desafio diário em curso. Uma vida a ser vivida. Pessoas que podemos mimar ou magoar. Conter o ego que quer ser maior que o projeto de vida e uma luz que sempre acende e que podemos dividir com alguém para iluminar seus caminhos.

Sempre é possível aprender, crescer e mudar no sentido de nos acomodar melhor nessa vida e ao migrarmos para uma nova possamos deixar nessa um toque de esperança, o arrependimento pelos atos em descompasso, a beleza refletida numa planta que cuidamos e a certeza de que o amor verdadeiro é a única possibilidade de deixarmos vida em movimento e não matarmos o jardim da alma que tenta se refazer todos os dias e se não tivermos o cuidado matamos cada flor que poderia embelezar a vida de alguém.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni Cordeiro)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Autor do Livro: Cabe um Mundo no Mundo das Palavras – Prosas no Jardim da Alma


terça-feira, 2 de maio de 2023

Viva a Classe Trabalhadora!

 

Hoje 1º de maio é o dia da classe trabalhadora. A classe de pessoas que tudo produzem e sem as quais quase nada no mundo existiria, pois tudo que nos rodeia vem do trabalho humano. Sem trabalho não há vida. 

A classe trabalhadora sofre exploração, mas é vitoriosa, porque enfrenta sempre qualquer situação de tormento e segue driblando os problemas que são colocados no caminho. Como disse o Papa Francisco, este sistema é insuportável. Só o fato de vivermos em um sistema que não foi feito para nós já é uma vitória. Este sistema é insuportável e nos últimos anos tem mostrado essas suas maldades insuportáveis: 

RACISMO, VIOLÊNCIA POLICIAL COM IMPUNIDADE, DISSEMINAÇÃO DE VIOLÊNCIA PELAS REDES SOCIAIS, AGRESSÃO A CRIANÇAS NAS ESCOLAS, POPULAÇÃO DE RUA, ATAQUES À DEFENSORES/AS DOS DIREITOS HUMANOS. EXTERMÍNIO DOS POVOS INDÍGENAS E DOS QUILOMBOLAS, POBREZA E FOME, COVID 19 E RESSURGIMENTO DE DOENÇAS, FALTA DE MORADIAS, DESMATAMENTO SEM MEDIDA, DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, ATENTADOS CONTRA AS PESSOAS LGBTQIA+, VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES E MENINAS...

É preciso mesmo muita força para enfrentar este sistema com tantas atrocidades. São muitas coisas ruins, mas ainda assim, a esperança ressurge. A classe trabalhadora continua viva, de pé e mostra seu poder:

Mostra que é Povo que resiste e alcança conquistas em centenas de organizações, movimentos sociais e populares, sindicais e eclesiais, locais e internacionais e que conquista direitos, leis, estatutos, assentamentos, políticas públicas... e que mesmo passando por percalços, repressões e violências, vai driblando tudo isto e construindo a sociedade justa, com a força das lutas:

GREVES COMO FORMA DE RESISTÊNCIA EM VÁRIOS PAÍSES, GREVES DE VÁRIAS CATEGORIAS NO BRASIL, ORGANIZAÇÕES MUNDIAIS DE TRABALHADORES RURAIS E URBANAS, MOVIMENTOS E FRENTES DE VÁRIAS FORMAS DE LUTA: associações populares, grupos de jovens, movimentos de moradia, lutas pela terra, Grupos de luta pela salvação do meio ambiente.

NOVAS FORMAS DE RELAÇÕES DE TRABALHO: Economia de Francisco e Clara, economia solidária, agricultura familiar com produção de alimentos orgânicos.

Por isso, temos esperança. Nossa esperança vem da fé e da certeza de que o Reino de Deus é presente, porque deste Reino já vemos estes sinais.  E ainda contamos com a Presença e atitudes do Papa Francisco e de outras lideranças que pregam a justiça e a paz e que apóiam as lutas da classe trabalhadora.

A classe trabalhadora é que constrói o mundo novo
Mundo justo, mundo farto, do jeito que merecemos
Sigamos: está em nós, a solução. História na mente, mão na mão
Sigamos: cabeça nos sonhos e pés firmes no chão
Força, Companheiros e companheiras! Somos irmãs, somos irmãos!

Deus trabalhou até o sétimo dia. Criou, abençoou e até descansou
A classe operária em seu dia a dia. Continua com fé, o que Deus começou!

Antônia Carrara (Toninha)
É mãe de duas filhas. 
Jornalista e professora aposentada. 
Escritora e compositora popular. Atua na Pastoral Operária desde os anos 1980.
É trabalhadora voluntária junto aos grupos de economia solidária.


segunda-feira, 1 de maio de 2023

Planos sinistros e tenebrosas transações...

 

A verdade tal como a conhecemos morreu? Estamos diante de uma nova edição do livro “A morte da verdade”? As mentiras diárias chamadas de Fake News são ameaças à verdade. Como conviver com essa nova realidade que infesta o mundo verdadeiro e alimenta a mente de gente sem noção, sem projeto de vida e dominada pelo ódio?

Não tenho dúvidas em afirmar que caso o genocida que desdenha das mulheres, que matou milhares de pessoas com seu descaso, que foi intolerante com vários setores, que queria ficar com as joias do Estado recebidas em troca do patrimônio nacional, que tentou exterminar a nação indígena, o pai da mentira, que fugiu para não estar perto do dia da posse, se tivesse sido reeleito, a verdade no mínimo, estaria agonizando.

Bem que ele tentou de todas as formas escrotas para se reeleger, a exemplo mais visível impedindo dos nordestinos votarem e depois comandando um possível golpe com a invasão do dia 8 de janeiro, que para ele seria o golpe de estado perfeito. A frase do Ministro Barroso diz tudo: “Perdeu Mané”! No mínimo vai ficar inelegível...

Um desgoverno com tenebrosas transações, como dizia Chico Buarque em sua canção. O Brasil fechado para o mundo e de chapéu na mão para os EUA. Isso só tem apoio de quem pensa como ele e só não age igual porque não tem coragem e o tem como “mito”.

Achei hilária a desculpa para postar um vídeo em apoio ao 8 de janeiro e depois apagar. Estava doidão, sob efeito de remédio. O bom é que não convenceu ninguém que tem o mínimo de juízo e sabe como ele agiu durante todo tempo que desgovernou o país. Porém ele não falou atoa, buscava uma tese jurídica com esse procedimento.

Um alerta: Temos que tomar cuidados com seus seguidores e seguidoras, pois além estarem entre nós são perigosos e perigosas e agem sob o comando dessa trupe do mal.

O que sobrou para ser administrado? O bom senso. O cuidado especial com o povo que mais precisa. O carinho com a classe trabalhadora. O respeito aos índios e aos quilombolas. O cuidado e o respeito às mulheres e o país saiu das trevas e passou novamente a ser respeitado pelo mundo.

Um outro mundo é possível e o construímos diariamente a partir das nossas utopias, sem ódio, andando de mãos dadas, amando a vida e as pessoas e sonhando com uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas, onde a meritocracia seja uma conquista quando as oportunidades forem iguais e não apenas para um setor abastado.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


segunda-feira, 24 de abril de 2023

Quando o céu é limite...

Diante de um mundo em desalinho, com ausência de amor e picotado pelo ódio pelos habitantes da terra plana, onde a mentira peita a todo instante a verdade, só mesmo os pensamentos e o sonhos estão isentos dessas impurezas. Os pensamentos pelo livre-arbítrio de pensar e os sonhos ao dormir por não termos o menor controle sobre eles.

A partir dessa pequena leitura sobre uma fresta da vida, sobram ainda as viagens mentais e os sonhos em pensamentos que nos movem de um ponto ao outro, trazendo histórias cheias de vida, cheiro de mato molhado da infância e a vontade de que o que nos resta em vida seja leve e nos leve a um belo arco-íris depois de cada tempestade.

Ao ousar desenhar o futuro, me vem à mente que formato deveria ter, pois o que serei, o que será, o que seremos e o que poderemos ser? De quantas retas precisamos? Quantos círculos para se contornar o passado e o presente? Que canção podemos ir cantarolando até o fim do desenho, ou o desenho não finda e vive em movimento? Com que cor o pintaremos? Quem cabe no barquinho de papel que a nossa mente projetou?

De repente uma vista inebriante vai tomando conta da nossa mente e o coração pulsa mais forte. Brisa de mar. Areia branca. Céu de verão e uma chuva fina caindo sobre as árvores que parecem dançar em agradecimento à natureza. Ao longe um pequeno rio que lança suas águas sobre o solo de um antigo piso batido, onde quem sabe lá habitava alguém que amou alguém e que hoje virou apenas lembranças a se contar.

Bem me quer sem mal algum. Uma soma de dias, vidas e sentimentos, onde aprendemos com os erros do passado, vivemos o presente de forma intensa e sonhamos com o futuro que ainda poderemos ter. Realidade ou fantasia, é assim que é, pois da mesma forma que podemos projetar um lindo horizonte, também podemos projetar a escuridão. Só cabe os sonhos de cada um e uma de nós como acabamento final.

Quem sabe sejam os anjos que se apresentam em sequencias numéricas, que de forma sutil vivem a nos dizer que o melhor ainda virá quando o amanhã acordar da noite, pois mesmo que o frio seja intenso, depois de cada inverno virá a Primavera para colorir o tempo, o nosso jardim e as nossas vidas. Por acreditar que existe uma perfeita sintonia entre o ser e a natureza em movimento, vou cuidando com carinho de cada plantinha...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico Pesquisador em Gestão Social




 

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Um pequeno giro pela política brasileira...

 

É verdade que existe no Brasil uma verdadeira overdose de partidos políticos. São 31 no total, onde a maioria deles são apenas legendas para negócios eleitorais. Normalmente com donos que compram e vendem partidos como se fossem mercadorias numa prateleira. Apenas poucos partidos mantém o rito de seguirem uma linha ideológica.

Por outro lado, quando não existem partidos é porque o país vive uma ditadura, como já vimos no passado. Aliás o Brasil teve em sua história várias ditaduras e golpes. Em regras gerais, a democracia representativa é ou seria feita para que o sistema eleitoral sobreviva, apesar de viver na UTI pelo descaso e pela falta de politização da população.

No âmbito do processo eleitoral há uma prática intencional, que a meu ver destrói o mundo da política e acaba intervindo diariamente nas decisões mais sérias para todos os setores da sociedade, onde quem perde mais e se torna enganado é justamente quem diz odiar a política e os políticos. Trabalhadores votando no patrão. Ou seja, odeiam algo que nem mesmo sabem caracterizar o que seja por pura ignorância política.

Ignora-se totalmente o legislativo, que é quem faz as leis. Uma prática construída pelo sistema e pela imprensa golpista pregando a desinformação que todos e todas roubam, por isso se vota em qualquer um e uma. Vota-se pela boniteza, porque o pastor mandou, porque fez muitas coisas no passado, enfim, vota-se pelo rótulo e não pelo conteúdo, que seria ver de que lado essa pessoa existe e que projeto ela defende que possa melhorar a qualidade de vida da população, principalmente a que mais precisa.

O que vemos no momento é o retrato fiel desse processo. Um Congresso composto em sua maioria por pessoas ricas, grandes empresários, pastores, militares e até pessoas com passagens pela polícia. Um desastre para a mediação da pobreza e dos conflitos.

Como resultados recentes vimos um golpe militar sangrento que durou 21 anos, Dilma sofrer um golpe articulado por seu vice, Lula ser preso para não ganhar a eleição e um genocida escroto ser eleito, que matou muita gente por descaso. O que estava por trás dessa história? Entre tantas maldades como exterminar os índios e outras, uma reforma trabalhista que tirou praticamente todos os direitos da classe trabalhadora.

Não é atoa que essa galera do mal implantou as escolas militarizadas, sem partido e de quebra votaram para tirar as matérias que fazem o povo pensar. É na escuridão da ignorância política que o fascismo nasce, cresce e toma o juízo de quem não ler.

Qual o remédio para esse mal? Leitura constante, participação política e formação. São ingredientes simples que entram pela mente e vai direto ao coração para os enfrentamentos necessários na construção de um outro mundo e outro tipo de vida.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

 


Cultura da Paz!!!

 

Jivaldo Oliveira*

 

Neste 20 de abril
Queremos muito disseminar
Paz e amor pelo Brasil
E a cultura de paz compartilhar.

Não vamos nos intimidar
Com atos de ódio e violência
Vamos nos solidarizar
Com a prática da benevolência.

É preciso acreditar
Na educação e na ciência
A segurança nos preservar
E avançar na consciência.

A escola é o nosso lugar
Onde produzimos conhecimento
A família a nos apoiar
É conectar engajamento.

O ato de educar
Requer parceria e dedicação
Governantes assegurar
A nossa valorização.

Iremos nessa jornada
Irmanados em gesto de gratidão
Em defesa da vida amada
Pois nossa maior arma é educação.

 

Lamarão-BA, 21 de abril 2023

*Pedagogo/Uneb; Prof. Rede Municipal e Coord. Pedagógico Rede Estadual.




quarta-feira, 19 de abril de 2023

Um livro se faz com histórias e sonhos...

 

O convite e a provocação feita pelo meu amigo-irmão Elder para produzirmos o segundo livro, repetindo o grupo de trabalho que produziu e materializou o primeiro, trouxe em meio à bagagem uma sensação boa de que tudo vale a pena, pois nossas almas não são pequenas, como dizia Fernando Pessoa e o caminho se encontra livre para sonharmos.

Eu gostaria de ser um poeta, mas não sou. Sou apenas alguém que transita no mundo das palavras, que gosta dos arranjos em prosas produzidos e chega de mansinho nos espaços literários como escritor, tendo como única preocupação levar nas minhas viagens ao jardim da alma, quem me presenteia lendo ou se atreve a ler o que escrevo.

A história do meu primeiro livro solo, pois tenho alguns escritos junto com outras pessoas, começa com o Blog em 2013, cria sustança com Elder e Ana e se faz vida com a decisão de fazer. Um dos momentos interessantes na produção, foi a busca para ser ver se o que eu escrevia era um Conto ou uma Prosa e depois de uma aula da Professora Delma do Rio de Janeiro, chegou-se à conclusão que tudo que escrevo vira Prosa.

Hoje depois de lançar o primeiro, creio que escrever se trata de um mundo à parte. Daqueles que se seleciona, ou pela fama ou pelos recursos que se tem ou não para a divulgação, mas também de um mundo apaixonante, onde para todos os efeitos quem escreve vira de alguma forma imortal, pois mesmo quando seguimos viagem a obra fica, nem que seja nas prateleiras da vida e quem sabe seja essa a imortalidade.

Mesmo sem o resultado esperado em vendas que gostaria de ter tido, o livro: Cabe um Mundo no Mundo das Palavras – Prosas no Jardim da Alma, já faz parte de muitos momentos vividos que não seria possível sem sua existência e isso me faz caminhar de forma tranquila rumo ao segundo, onde viajarei junto com as pessoas que seguirão comigo, por Memórias construídas a várias mãos, onde sonhar sempre foi possível.

Dizem que é proseando que se passa a vida, onde a prosa toque almas e os corações atentos. É assim que continuarei a escrever minha história de vida, junto com sonhadoras e sonhadores na construção de um novo mundo, onde o ato de viver seja construído a partir do ato de amar e viver seja melhor que sonhar...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social




domingo, 16 de abril de 2023

Lula e o ódio dos agentes da Casa Grande...

 

Foto:  (Ricardo Stuckert/Divulgação) 

Lula é um deus como os da mitologia? Não mesmo! É do ponto de vista humano um mortal como qualquer um ou uma de nós. Onde está a diferença para a indignação? Na missão, que poucos e poucas conseguem enxergar devido aos preconceitos. Com Lula a Senzala pode entrar sem pedir licença. O mundo da Casa Grande é escroto cheio de recortes e indiferenças. Chamam isso de meritocracia. Eu chamo de falsa ilusão, onde nada é para durar...

O pior é que tem gente da Senzala ou de muito perto dela, que pensa, se comporta e age exatamente como se fosse um ser da Casa Grande humilhando pessoas. Seja pelo que acha ser conhecimento ou por desprezo a todos e todas que sobreviveram ao caos de injustiças.

Partidário que sou de forma consciente e participativa desde o início do Partido dos Trabalhadores, mesmo no tempo em que tinha que servir ao Sistema Eleitoral, além de ser pesquisador em Gestão Social, venho ao longo dos tempos observando, analisando e tentando entender como agem quem ignora a política ou nem quer entender, em quem votaram e enxergam de forma geral a política e os políticos. Agem no senso comum por ignorância política.

Tornam-se ao longo da vida massa de manobra ou colaboradores e colaboradoras de quem trata o povo assim. Tamanha é a distância da realidade política e o que se produz nas redes no dia a dia, por exemplo, onde qualquer mentira vira uma grande verdade. Só criticam, porém não participam de nada.

Nem estou me referindo em ser de esquerda ou de direita, porque isso requer entendimento, opção política ideológica e principalmente lado, pois toda postura política tem lado. Estou me referindo apenas ao direito de votar e participar em todos os momentos, desde que não sejam de perfil fascista como foi o que ocorreu nos últimos seis anos, desde o golpe em Dilma.

Na verdade, nós militantes de uma causa não fazemos parte do mesmo mundo que essa gente enfeitiçada pelo ódio e pelo descaso com a política e nem queremos fazer. Viemos ao mundo para andarmos de mãos dadas com quem pensa como a gente e tem um propósito para viver além do econômico, que divide as pessoas e o mundo e vira um preconceito poderoso.

Eu diria até que é impossível existir amor a partir desses dois mundos, pois ódio e amor jamais estarão do mesmo lado. Quem não consegue cuidar e curtir uma flor jamais conseguirá ter um jardim físico, quem dirá um Jardim na Alma...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

terça-feira, 11 de abril de 2023

Deu a louca no mundo?

Juntando tudo que ocorreu de sinistro nos últimos anos, desde o golpe à Presidenta Dilma, com as milhares de mortes que podiam ser evitadas, com loucos e loucas armados até os dentes seguindo o “mito” do mal, além do incentivo à violência por quem devia combater, só podia resultar nas loucuras com requinte de barbárie e crueldade que estão ocorrendo no momento.

O que parece é que estamos diante de uma nova versão do filme: “Deu a louca no mundo”. Uma versão tupiniquim iniciada há quatro anos, quando um povo sem noção política e cúmplice resolveu eleger um Anticristo genocida que matou milhares de pessoas com seu deboche e negacionismo, quando já tinha tomado a vacina escondido de seus seguidores e seguidoras.

Fico imaginando o que será do futuro em que os valores e os princípios que defendemos a duras penas moram há anos luz dessa louca realidade. É certo que vencemos as eleições, mesmo diante de todas as fraudes geradas, com gente sendo impedidas de votar e o ódio comento solto por onde passávamos. O “mito” do mal foi derrotado, porém o ódio de quem o segue não.

Famílias se dividiram, amizades foram desfeitas, o luto tomou conta do país e a tristeza andou de passos largos, mas por mais uma vez, o amor venceu o ódio e todos os setores perseguidos estão buscando sintonia com quem prega a harmonia ao invés de desavença com armas na mão.

Somos seguidores e seguidoras de Paulo Freire e de tantos outros pensadores odiados por quem não lê. Lemos sobre história, filosofia, sociologia, antropologia e tantos outros temas que nos fazem pensar e foram banalizadas pelo feitor de desavenças e ainda são por quem o segue. Sabemos que além das tragédias que ocorrem em determinados ciclos, o bem acaba vencendo.

A história da humanidade é assim. O bem e o mal se digladiando. O amor e o ódio medindo forças diariamente e as pessoas tentando se encontrar sobre quem são, quais suas missões, o que vieram fazer em vida e o que deixarão como história. Há quem só deixe rastros e há quem lute todos os dias para construir saídas onde o mal tenta se apoderar. Faço parte desse mundo.

Nós militantes por uma causa somos sobreviventes do caos, pois caminhamos de mãos dadas no front onde os desmandos acontecem, levando esperança onde amor é descartado pelas facilidades expostas e acreditando em nossas utopias alimentadas pelos sonhos diários de uma nova vida, onde o amor e o amar sejam protagonistas para o renascer de um novo mundo.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


 

sexta-feira, 31 de março de 2023

Política, Religião e Futebol se discute sim...

 


Política, Religião e Futebol se discute sim...

Em respeito a todos e todas que foram torturadas e mortas pela ditadura militar sangrenta, além dos que lutaram até o fim contra o golpe de 64: Hoje é um dia para se lutar e não esquecer. Ditadura nunca mais!

Venho de uma geração católica que teve a Teologia da Libertação como o fundamento religioso de fé e resistência às ditaduras sangrentas militares que exterminaram pessoas na América Latina e teve na igreja progressista um ponto de encontro com a esperança.

Uma igreja que assumiu na época a Opção pelos Pobres, a partir dos Encontros de Puebla e Medelim e a igreja templo movida pelo dinheiro resolveu perseguir os mentores intelectuais dessa Teologia e os puniu de várias formas, criando uma vertente da igreja light proibida de falar em política que fica saltitando nas praças em nome de Jesus e de costas para a exploração e a todas as formas de violência que assola o país.

Essa forma de ser da igreja católica conservadora direitosa, aliada principalmente às igrejas pentecostais, odeia o Papa Francisco, odeia política, odeia Lula e o PT e odeia quem pensa, tudo em nome do comunismo que por total ignorância política, nem imaginam o que possa ser. Eu tenho é muita pena dessa gente sem história.

O resultado desastroso disso foi votarem, elegerem e apoiarem um genocida fascista, que não respeita nem mesmo a filha que tem, mas se tornou o mito dessa gente.

Foi no combate às ditaduras, na luta contra todas as formas de discriminação, preconceitos e violências que chegamos até aqui. Ao contrário dessa geração alienada que votou num monstro como herói, lemos Paulo Freire, estudamos muito os clássicos, discutimos muito o melhor da política, participamos ativamente dos principais momentos políticos de enfrentamentos por direitos, justiça e liberdade e caminhamos para a construção de uma nova sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas.

Mesmo que nos chamem de utópicos, é a utopia que nos move, alimentada todos os dias pelos sonhos de um novo mundo. Pelo menos quando não mais existirmos, saberão que erramos muito e pedimos desculpas a quem magoamos, mas saberão também que deixamos uma história escrita por várias mãos e sentidas por vários corações.

Creio que viver seja isso. Não ter a vergonha de ser feliz e estar sempre a serviço das causas humanistas e que servirão de flores no caminho das lutas que virão para que os jardins nasçam primeiro nos corações de quem ama a vida e se sensibiliza com milhares de pessoas que são exploradas e se submetem a viver numa subvida...

Um aviso à nação alienada seguidora do monstro sem alma e sem luz: Discutir política, religião e futebol, entre outros assuntos, faz bem à cabeça e principalmente ao que vocês vão deixar de herança cultural para os filhos e as filhas de vocês. Que tal?

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

terça-feira, 21 de março de 2023

De um se fizeram dois...

 

No princípio era só um canto. Uma cantiga para se cantar sob olhos e carinhos de quem carinho quer dar. Algo que desse conta de enfeitar uma noite estrelada com luar e tocasse corações levando o que de mais belo pudesse ser. Desafiando quem sabe cada pessoa presente a contar um pouco dos seus causos de amor e de amar.

Quando a roda se formou emiti um grito no ar: “Canta que te quero canto, algo afinado e repleto de sons que dialoguem com a realidade de cada ser presente. Traga para bem perto dos meus ouvidos, já um tanto deficientes, para que eu possa acompanhar e sentir o tom suave e o pulsar forte que vem de cada coração enamorado pela vida...”.

Não estou só presente nesse estado de espírito. Vou me envolvendo como um menino que perdeu o melhor da festa por suas traquinagens em vida e para pensar no que se foi, mas sabe que a festa mal começou e com ela o melhor ainda está por vir”. O sentimento é que tudo chegará quando a vida der um suspiro e possa devolver em cor a flor que plantamos no nosso jardim ou a imagem de um beija flor que insiste em ficar...

Quem está de vermelho conte-me um conto do que melhor aconteceu na última festa. Caso não saiam as palavras, apenas dedilhe no violão um pequeno acorde que nos faça sonhar. Um tom. Dois tons. Três tons e a história vai tomando forma na mente e coração de quem se atreve a viver intensamente essa trilha de vida que é o ato de amar...

Quem está de verde, puxe uma dança. Desafie os ritmos. Envolva as pessoas. Tire-as para dançar. Não zombe de quem não sabe. Apenas envolva com carinho quem se dispõe a envolver seu corpo no batuque ou na melodia e tudo acaba num ritmo só.

Viver é viajar também em palavras contando o que a mente elabora e o que o coração sente. É assim que a vida se faz presente e de um se fizeram dois. De dois se fizeram quatro e antes que de quatro se façam dezesseis espalharei pelo mundo o doce perfume vindo do Jardim da Alma, pois o melhor da vida acontece quando o verbo é Almar...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social



quarta-feira, 8 de março de 2023

Mulher em sua essência Mulher...

 

Hoje Dia Internacional da Mulher bem que poderia ser um dia só de festas, pela importância que o ser Mulher tem, porém é dia de muita luta por todas que morreram assassinadas e por tantas outras que ainda são tratadas como um produto a ser usado e descartado por uma sociedade machista e ainda com um toque de misoginia, que precisa ser criminalizado.

Do ponto de vista de uma sociedade machista, racista e patriarcal, observa-se que houve pouca evolução do ser mulher ao longo dos tempos, pois ainda figura quase como um objeto por uma grande parte da sociedade, ganha menos que os homens e principalmente no que se refere ao desrespeito, preconceitos e violências de toda ordem se chegando ao feminicídio como uma “lavagem da honra”, que é algo surreal e por conta disso uma mulher é assassinada a cada seis horas.

Porém do ponto de vista de um processo de organização e de lutas coletivas, houve nos últimos anos uma grande evolução. No meu entendimento foi o segmento que mais cresceu em termos de organização, conquistas e ocupação do seu verdadeiro lugar como protagonistas.

Por outro lado, uma grande parte delas não se deram e ainda não se dão ao respeito, apoiando um genocida, pedófilo, racista e fascista, que desdenha do ser mulher e acha que a filha só nasceu com o gênero feminino devido a uma fraquejada sua. Para essas mulheres nossos pêsames, sentimentos, revoltas e a certeza de que serão enfrentadas nas lutas futuras.

Para quem respeita o ser mulher segue junto, construindo junto, driblando inclusive determinados comportamentos machistas de se sair cada dia com uma mulher diferente, que na prática só realça ainda mais o machismo incrustado na sociedade.

Eu continuo torcendo e vibrando a cada conquista das mulheres que lutam e avaliando todas as possibilidades futuras, onde imagino que a próxima revolução será feminina e eu quero estar junto para caminharmos rumo a uma sociedade justa, fraterna e igual para todas e todos...

Salve toda mulher que conseguiu entender e assumir que seu lugar é onde ela quiser...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


sábado, 18 de fevereiro de 2023

O que é o carnaval?

 

Imagem: 
Acadêmicos do Salgueiro no Carnaval 2023 : samba-enredo “Vermelha paixão salgueirense” - Carnaval no Brasil

Para muitos e muitas apenas uma festa pagã. Para tantas outras pessoas um momento de pura descontração e também de protestos nos enredos de algumas escolas de samba. Uma mistura de sentimentos, fantasias e de ver o povo extravasar suas neuras.

Porém existe algo no ar além dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé, quem banca ou quem financia a estrutura das escolas de samba? Esse é um tópico que merece um estudo especial, pois nele está contido dinheiro de toda ordem e origem, sem contar que algumas escolas ainda têm “dono”, como já foi no passado com o jogo do bicho...

Conta a história que o evento das escolas de samba começou na década de 1920 com a popularização do carnaval e do samba e os desfiles oficiais começaram em 1932, idealizado por Saturnino Gonçalves, sambista e primeiro presidente da Escola Estação Primeira de Mangueira.

Quem criou o evento como concurso foi Mário Filho, jornalista e dono de um jornal de esportes o “Mundo Esportivo”. O primeiro concurso teve 19 blocos e teve a Mangueira em primeiro, Vai como Pode e Linha do Estácio em segundo e Unidos da Tijuca em Terceiro. Daí em diante foi criado o universo, com algumas mudanças como vemos hoje.

Voltando ao assunto dos diversos universos que divide esse mundo da alegria, temos alguns eventos de fundamentais importância para que ele ocorra, o papel das comunidades organizadas como conteúdo e os blocos populares, que acaba pondo o povo pobre em contato com o samba e com esse momento de descontração.

A música “Visual" de Beth Carvalho, já em sua primeira parte, conta um pouco do que aconteceu com essa festa popular, onde o dinheiro interveio diretamente:

“Depois que o visual virou quesito. Na concepção desses sambeiros. O samba perdeu sua pujança, ao curvar-se à circunstancia imposta pelo dinheiro. E o samba que nasceu menino pobre, agora se veste de nobre no desfile principal. Onde o mercenarismo impõe sua gana e o sambista que não tem grana, não brinca mais o carnaval...”.

Assim como tudo no universo do capitalismo, foram criados cenários ou faixas de participação, onde na classe especial e primeiro grupo desfila um tipo de gente e nos demais a população pobre, que acaba ou fazendo sacrifício para estar entre a “nobreza do carnaval” ou vai com todo amor e carinho para as escolas menores e para os grupos.

Veja mais sobre "Escolas de Samba" em: https://brasilescola.uol.com.br/carnaval/escolas-de-samba.htm

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Chegaremos maiores do que éramos...

Quando eu era criança morando no sítio da família, meu único sonho que lembro era do meu pai nos buscando para a vida em São Paulo e isso me fazia prisioneiro do tempo, sem mesmo saber do que se tratava. Na verdade, eu viria a ser um retirante futuro de uma selva de pedra.
Quando chegou o tão esperado dia e uma viagem precária de quase três dias de ônibus, estávamos em São Bernardo do Campo morando em dois cômodos, num bairro com pessoas de origem europeia, tipo classe média baixa e aí em vim a descobrir o que era preconceito, além de outras violências que eu e minha família passávamos. Porém tudo isso me serviu de iniciação na vida política e mais tarde me permitir classificar seus efeitos como a divisão de classe sociais.
É fundamente minha volta ao passado para valorizar ainda mais a vida presente, a vitória de Lula Presidente contra um genocida tacanho de origem fascista, estar alinhado com as pessoas que enfrentaram e enfrentam o mal e lutam por um outro mundo possível e colher alguns frutos plantados desde o tempo de infância, além das vitórias pessoais num mundo dividido e pobre.
Só em eu ter ficado durante todo o meu tempo de vida política ativa, do lado certo da história já valeu a pena ter nascido e ainda poder ir adiante por pequenas conquistas coletivas me deixará cidadão do mundo junto com sonhadores e sonhadoras que de mãos dadas caminhamos ao futuro.
Quem sabe seja esse o legado que deixarei à minha filha, marcado pela revisão diária dos meus erros, busca de conhecimentos para a luta contra a ignorância política e a missão de construção de um mundo justo, fraterno e igual para todos e todas, onde as pessoas consigam viver bem entendendo política a partir de um projeto, mas principalmente que se sintam gente de verdade.
Não tenho dúvidas que chegaremos maiores do outro lado da ponte do que chegamos até aqui, a partir da participação onde requer nossas presenças e se houver tempo, poderemos até compor uma canção que fale de vida, de amor fraterno e de diversas formas de amar.
Como penso meu futuro? Algo simples, como viver em paz até o último instante com pessoas que me amam de verdade e deixar uma história de vida, onde as pessoas se sintam identificadas, sempre plantando, regando e colhendo o que o jardim da alma se dispuser em me compensar.
Meu jardim particular tem à frente Lágrima de Cristo, a planta preferida da minha mãe e junto a ela diversas outras a começar por dez pés de morango e uma Rosa de Pedra completamente florida, que veio em viagem para compor meu jardim, onde a única tarefa é cuidar todos os dias.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni) Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

É possível uma desintoxicação em quem só votou no Inominável?

 


Faz-se necessário separar quem só votou no genocida, mesmo sabendo de forma clara de todos os seus atos desumanos e o que ele defendia como projeto, portanto, concordando com eles e as pessoas que se tornaram adeptas, seguidoras e militantes de suas loucuras fascistas-golpistas, mesmo que seja difícil entender mulheres, negros e negras e pobres votando nesse elemento.

Encaro tudo que ocorreu e vem ocorrendo a partir do inominável e seus seguidores e seguidoras, culminando com os atos terroristas do dia 8 de janeiro, do genocídio indígena escancarado ao mundo e de tudo que ocorreu nos quatro anos de desgoverno, como uma grave doença mental, associada ao caráter, alma e espírito, tamanho é o absurdo contido nesse filme de horrores. Com toda certeza não somos do mesmo mundo, como nem mesmo da mesma matéria.

Estamos falando de algo cruel que invadiu as igrejas de todas as fés, arrastando padres e pastores reacionários para um fundamentalismo religioso e tentando criar uma espécie de deus jagunço que aprova a matança de quem se puser contra essa trupe do mal. Algo muito distante do Deus da fé, do amor e da solidariedade, que nos acostumamos a respeitar. Na real esse povo precisa mesmo é estudar história, pois se tornaram ignorantes políticos, como bem descrevia Bertolt Brecht.

Como professor de Gestão Pública, não conhecia duas dessas anomalias como elementos políticos que pudessem decidir uma eleição ou ser elementos diários na vida dessas pessoas que se deixaram seduzir pelo canto do mal desse inominável: A mentira, chamada de Fakenews e o ódio mortal ao que chamam de esquerda e comunismo, que nem mesmo sabem, do que se trata. A ignorância política não os deixa saber, pois sucumbiram e morreram como seres pensantes. São apenas pobres criaturas que transitam pela vida chamuscadas de ódio.

Creio que ainda ser possível resgatar desse mundo de trevas, uma pequena parte dessas criaturas, porém apenas as que votaram e hoje se escondem por vergonha ou mesmo votaram para não votar em Lula, ao qual declaram ser ladrão. Que bom seria se o inominável fosse apenas ladrão. Com a quebra do sigilo vergonhoso de 100 anos descobriremos muito mais sobre ele, além do que já sabemos, que do ponto de vista humano é deplorável.

Para quem me conhece a partir das minhas prosas, no momento, ainda abalado com tudo que vivemos, ando fazendo pequenas análises, principalmente para por para fora o que a mente transborda, mas num futuro próximo, baseado em tudo de bom que venho acompanhando de mudanças, voltarei às minhas prosas, onde coração e alma darão conta de um novo enredo.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


domingo, 22 de janeiro de 2023

O sonho de um mundo possível...

 

Como pesquisador e sonhador, busco sempre um insight que aponte para a criação de um novo mundo. Um mundo justo, fraterno e igual para todos e todas. Uma estrutura de vivência, onde o direito de existir com dignidade seja maior do que o resultado da conta bancária, de que carro possuímos ou de que tipo de casa e bairro moramos. Porém, longe disso acontecer, para uma parte da sociedade é assim que somos julgados e que acaba determinando qual é o nosso lugar na sociedade de desiguais.

É a tal da meritocracia, como se afortunada não fosse, a culpa seria só da pessoa que não se esforçou ou não se adaptou ao sistema e merece ser tratado ou tratada como cidadão e cidadã de segunda ou terceira categoria. São os efeitos do capitalismo, que do ponto de vista humanitário, vem provando ao longo dos tempos que não deu certo.

Assumir uma postura política defendendo de forma clara contra o golpismo e a favor da democracia não é fácil, pois as punições chegam, ora via mensagens e ora em atitudes, como aconteceu recentemente, na recusa de um trabalho que sempre faço anualmente para uma empresa de São Paulo, com a desculpa que não fará o serviço esse ano.

É bom que se diga que sempre foi assim, apenas o momento que vivemos está mais claro e direto, pois estamos divididos em dois mundos, desde as eleições de 2018 e por certo continuaremos, pois o fascismo entra nas entranhas de quem se deixa levar e só sai se a pessoa acordar e quiser, ou pior viverá achando ser esse o mundo ideal.

Do outro lado da ponte mora um monstro chamado “mercado”, que para que fique bem tranquilo e saudável, qualquer governo deve desprezar as pessoas pobres, pois representam apenas gastos e fazer todas as suas vontades, caso contrário o dólar sobe e a bolsa de valores fica em queda. Ou seja, menos lucros para os capitalistas selvagens.

Assim é a vida na real. Há quem tenha vindo ao mundo à passeio e há quem veio ao mundo à trabalho, no sentido de deixar sua contribuição a um mundo possível, onde a solidariedade seja pauta e o amor fraterno o caminho para todas as formas de amar.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social